• Em outubro, 2,3 milhões de pessoas entre 16 e 17 anos poderão votar
André de Souza - O Globo
BRASÍLIA - O interesse dos jovens pela política está em queda. Diminuiu em 20,4% o número de eleitores com 16 e 17 anos que se interessou em tirar o título de eleitor para estar apto a votar em outubro, na comparação com 2012. Nesta faixa etária, a votação é facultativa. Em todo o país, estão inscritos para votar 2,3 milhões de adolescentes de 16 e 17 anos, segundo dados divulgados ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O que aumentou (em 12,9%) foi o número de idosos eleitores. Ao todo, serão 11,4 milhões de eleitores com 70 anos ou mais. As mulheres, que já eram maioria, aumentaram ainda mais a diferença. Em outubro, elas serão 52,21% do eleitorado brasileiro. Em 2012, eram 51,89%. Os números divulgados pelo TSE não incluem os eleitores de Distrito Federal, Fernando de Noronha e cidades do exterior, onde os brasileiros não votam para prefeito e vereador.
De acordo com o levantamento, haverá 144,1 milhões de brasileiros aptos a votar para prefeito e vereador em todo o país. Trata-se de um crescimento de 4% em relação aos 138,5 milhões de eleitores em 2012. A faixa etária com mais eleitores vai dos 30 aos 34 anos: 11,23% do total.
A cidade de São Paulo continua sendo o maior colégio eleitoral, com 8,88 milhões de eleitores. O menor é Araguainha, em Mato Grosso, com 954 eleitores.
O número de municípios com mais de 200 mil eleitores, em que pode haver segundo turno (caso nenhum candidato tenha mais de 50% dos votos válidos), aumentou de 83, em 2012, para 92, em 2016.
As nove cidades que passam a poder ter segundo turno são: Boa Vista (RR), Caruaru (PE), Caucaia (CE), Governador Valadares (MG), Praia Grande (SP), Santa Maria (RS), Santarém (PA), Suzano (SP) e Taboão da Serra (SP).
Anulação de eleições
Em 1.540 municípios, todos os eleitores terão que passar por identificação biométrica (pelas impressões digitais). Em outras 840 cidades, onde a biometria ainda não é obrigatória, a checagem das digitais será feita apenas no caso de eleitores com dados já coletados. Esses 2.380 municípios reúnem 39,4 milhões de eleitores.
O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, voltou a avaliar que haverá mais eleições para prefeito anuladas e, em consequência, mais eleições suplementares. Um dos motivos é que não será mais possível o segundo colocado vencer a disputa em caso de anulação da candidatura do primeiro. Haverá necessariamente nova eleição.
Outra mudança na legislação que contribui para isso é que o prazo para registro de candidaturas foi adiado de 5 de julho para 15 de agosto. O objetivo, segundo Gilmar, foi baratear as eleições, mas haverá outra consequência: a Justiça Eleitoral começará a analisar mais tarde as impugnações. Assim, o julgamento poderá se estender para depois do resultado da eleição, levando à anulação de votações já realizadas.
O TSE estima que a eleição custará R$ 600 milhões.
Erros em cálculos
Na semana passada, o TSE divulgou o cálculo do teto de quanto os candidatos a prefeito e vereador poderão gastar em cada município. Dependendo do caso, o limite de despesas varia entre 30% e 70% dos maiores gastos declarados na eleição anterior. Mas houve distorções. Um erro na prestação de contas de um candidato a vereador em Manaus em 2012 chegou a permitir que os candidatos ao cargo gastem até R$ 26,7 milhões. Um recibo de 2012 no valor de R$ 2.850 foi computado como sendo de R$ 28,5 milhões.
Ontem, descobriu-se que a inclusão do número do CNPJ de comitês partidários na coluna errada estava permitindo gastos milionários aos candidatos a vereador de Paranaguá (PR) e Castanhal (PA). Na cidade paranaense, o teto de despesas seria de R$ 15,13 milhões. Na paraense, de R$ 13,23 milhões.
O ministro defendeu a diminuição do número de partidos. Há 35 siglas registradas, 27 com representação no Congresso.
— Há partidos que estão comprando helicóptero, jatinho, avião com fundo partidário. Isso precisa ser superado — disse Gilmar.
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