Titular da Agricultura é o segundo ministro a sair em defesa do presidente nas redes sociais; no sábado, Meirelles afirmou que a ‘equipe econômica continua’
Gustavo Porto, Dida Sampaio e Lorenna Rodrigues, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Um dia após retornar ao Brasil depois de reunião da cúpula do G-20, em Hamburgo, na Alemanha, o presidente Michel Temer se reuniu com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, e com Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado, na manhã deste domingo, 9, no Palácio do Jaburu, em Brasília.
Maia chegou logo após as 11h e permaneceu por pouco mais de uma hora. Eunício Oliveira chegou às 11h40 e foi embora às 13h05. O presidente da Câmara é o próximo na linha sucessória da presidência da República e, nos últimos dias, declarou lealdade a Temer enquanto via crescer a defesa de seu nome por aliados do PSDB e do seu partido como alternativa viável para estancar a crise política. "Eu aprendi em casa a ser leal, a ser correto e serei com o presidente Michel Temer sempre", disse na sexta-feira, em Buenos Aires.
De quinta-feira até este sábado, Eunício Oliveira foi o presidente do Brasil em exercício porque tanto Temer quanto Maia estavam fora do País. Maia retornou ontem da Argentina, onde estava para o Fórum de Relações Internacionais e Diplomacia Parlamentar, e Temer também voltou neste sábado da Alemanha, onde participou de encontro do G20.
Vídeo. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, divulgou neste domingo um vídeo no qual defende Temer e afirma que a atual crise será superada para que, em 2018, o governo seja entregue "a quem é de direito e a quem o povo escolher". Ele é o segundo ministro a sair em defesa do presidente por meio de vídeo nas redes sociais. Neste sábado, Henrique Meirelles, da Fazenda, afirmou que Temer e a equipe econômica continuam e defendeu as reformas econômicas.
As declarações de Maggi e Meirelles ocorrem no momento mais delicado de Temer em pouco mais um ano de governo, com a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva tramitando contra ele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados.
Além da denúncia que pode afastá-lo do cargo para que seja investigado, aliados do PSDB, principal partido de sustentação do presidente no Congresso, defenderam a saída de Temer do cargo na semana passada. O presidente interino da sigla, senador Tasso Jereissati, disse na quinta-feira, 06, em uma conversa com jornalistas, que sob a gestão Temer o País caminha para a ingovernabilidade, sinalizando que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) poderia fazer uma travessia segura até 2018, caso Temer seja afastado do cargo. Na mesma linha de críticas à atual gestão peemedebista, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), disse que o "governo caiu" e previu que em 15 dias o Brasil poderia ter um novo presidente.
Num contraponto às contundentes críticas do aliado PSDB, o ministro Maggi disse no vídeo, feito por ele mesmo em meio a uma plantação de algodão em Sapezal (MT), que a atual crise será superada. E argumentou que o presidente Temer "tem dado carta branca para que possamos trabalhar e defender produtores rurais".
"Pra frente, Brasil. O Brasil é muito maior que as crises que nós vivemos. Sairemos dela muito mais forte e, com toda certeza, chegaremos em 2018 para entregar esse governo a quem é de direito e a quem o povo brasileiro escolher", afirmou o ministro, citando um bordão (Pra frente Brasil) muito utilizado na década de 1970, durante o regime militar.
O ministro destacou ainda que a principal obrigação da Pasta é fazer com que os produtores rurais sejam competitivos no mercado interno e externo e citou novamente Temer. "Eu tenho a determinação do presidente Michel Temer de cuidar disso, de olhar, você, produtor, quer seja na hora dos financiamentos, quer seja na hora das compras dos insumos, na regulação e na defesa do nosso negócio que é a agricultura e a pecuária".
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