DEU EM O GLOBO
Continuidade, mas sem Meirelles
Gerson Camarotti e Patrícia Duarte
A presidente eleita, Dilma Rousseff, caminha para a definição da equipe econômica. Ela decidiu descartar a permanência de Henrique Meirelles à frente do BC. O nome mais forte agora é o do atual diretor de Normas do banco, Alexandre Tombini, que não despertaria temor no mercado. Miriam Belchior deve ir para o Planejamento.
A presidente eleita deve nomear Alexandre Tombini para a Presidência do BC
Para o Ministério do Planejamento já está praticamente definida a ideia de escolher a gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, com quem Dilma trabalhou na Casa Civil. Outra tendência é manter no cargo o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi o primeiro a ser convidado para permanecer no cargo.
Neste cenário, Nelson Barbosa passa a figurar como um curinga na equipe econômica. Ele poderia ser deslocado para algum ministério técnico como Desenvolvimento ou Previdência, dependendo da necessidade. Ainda que em uma função menos nobre que a que ocupa hoje, Nelson Barbosa será um dos técnicos mais próximos a Dilma, tem dito a própria. Ontem, Nelson Barbosa e Miriam Belchior foram recebidos por Dilma na Granja do Torto, oficialmente para discutir o andamento do PAC e do Minha Casa, Minha Vida. Logo após a saída de Barbosa, foi a vez do ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reunir com Dilma.
Escolhas mostram influência de Lula
Com a definição próxima da equipe econômica, fica cada vez mais evidente a influência do presidente Lula na composição dos principais cargos do governo Dilma. Ela ainda terá mais uma conversa com Lula para bater o martelo, provavelmente na viagem que fará com ele à Guiana para participar da reunião de líderes da União de Nações Sul-Americanas, quinta-feira.
O quebra-cabeça da equipe econômica começou a ser resolvido depois da notícia de que Meirelles condicionou sua permanência no governo Dilma à manutenção da autonomia do Banco Central. Dilma ficou contrariada com a informação e isso foi o que acabou inviabilizando a possibilidade de mantê-lo. Dilma quer deixar evidente que, independentemente do nome escolhido, o BC terá autonomia.
Dilma ainda não conversou com Tombini, mas segundo um integrante da equipe de transição, ele teria carta branca até mesmo para aumentar os juros para evitar uma ameaça inflacionária. Mesmo assim, Dilma vai exigir da autoridade monetária ousadia para que seja cumprida a meta de redução da taxa de juros a médio prazo. Ela já apontou como parâmetro ideal uma taxa real de 2% ao ano em 2014.
Há pelo menos um ano Alexandre Tombini vem sendo preparado para assumir o comando da autoridade monetária. No início de 2010, quando Henrique Meirelles cogitava sair do cargo para disputar as eleições, Tombini já era citado como seu sucessor. O diretor tem um perfil mais desenvolvimentista do que seu chefe, o que agrada a presidente eleita, mas equilíbrio para não tomar decisões mais bruscas, o que agrada o mercado financeiro. Trocar Meirelles por Tombini não traria ruídos e a percepção de que o próximo governo manteria o principal tripé econômico: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário.
Tombini é gaúcho, funcionário de carreira do BC e já trabalhou no Fundo Monetário Internacional, entre 2001 e 2005, quando voltou para o Brasil para assumir como diretor do BC.
Continuidade, mas sem Meirelles
Gerson Camarotti e Patrícia Duarte
A presidente eleita, Dilma Rousseff, caminha para a definição da equipe econômica. Ela decidiu descartar a permanência de Henrique Meirelles à frente do BC. O nome mais forte agora é o do atual diretor de Normas do banco, Alexandre Tombini, que não despertaria temor no mercado. Miriam Belchior deve ir para o Planejamento.
A presidente eleita deve nomear Alexandre Tombini para a Presidência do BC
Para o Ministério do Planejamento já está praticamente definida a ideia de escolher a gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, com quem Dilma trabalhou na Casa Civil. Outra tendência é manter no cargo o atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi o primeiro a ser convidado para permanecer no cargo.
Neste cenário, Nelson Barbosa passa a figurar como um curinga na equipe econômica. Ele poderia ser deslocado para algum ministério técnico como Desenvolvimento ou Previdência, dependendo da necessidade. Ainda que em uma função menos nobre que a que ocupa hoje, Nelson Barbosa será um dos técnicos mais próximos a Dilma, tem dito a própria. Ontem, Nelson Barbosa e Miriam Belchior foram recebidos por Dilma na Granja do Torto, oficialmente para discutir o andamento do PAC e do Minha Casa, Minha Vida. Logo após a saída de Barbosa, foi a vez do ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reunir com Dilma.
Escolhas mostram influência de Lula
Com a definição próxima da equipe econômica, fica cada vez mais evidente a influência do presidente Lula na composição dos principais cargos do governo Dilma. Ela ainda terá mais uma conversa com Lula para bater o martelo, provavelmente na viagem que fará com ele à Guiana para participar da reunião de líderes da União de Nações Sul-Americanas, quinta-feira.
O quebra-cabeça da equipe econômica começou a ser resolvido depois da notícia de que Meirelles condicionou sua permanência no governo Dilma à manutenção da autonomia do Banco Central. Dilma ficou contrariada com a informação e isso foi o que acabou inviabilizando a possibilidade de mantê-lo. Dilma quer deixar evidente que, independentemente do nome escolhido, o BC terá autonomia.
Dilma ainda não conversou com Tombini, mas segundo um integrante da equipe de transição, ele teria carta branca até mesmo para aumentar os juros para evitar uma ameaça inflacionária. Mesmo assim, Dilma vai exigir da autoridade monetária ousadia para que seja cumprida a meta de redução da taxa de juros a médio prazo. Ela já apontou como parâmetro ideal uma taxa real de 2% ao ano em 2014.
Há pelo menos um ano Alexandre Tombini vem sendo preparado para assumir o comando da autoridade monetária. No início de 2010, quando Henrique Meirelles cogitava sair do cargo para disputar as eleições, Tombini já era citado como seu sucessor. O diretor tem um perfil mais desenvolvimentista do que seu chefe, o que agrada a presidente eleita, mas equilíbrio para não tomar decisões mais bruscas, o que agrada o mercado financeiro. Trocar Meirelles por Tombini não traria ruídos e a percepção de que o próximo governo manteria o principal tripé econômico: metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário.
Tombini é gaúcho, funcionário de carreira do BC e já trabalhou no Fundo Monetário Internacional, entre 2001 e 2005, quando voltou para o Brasil para assumir como diretor do BC.
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