quarta-feira, 2 de abril de 2025

Poesia :: Tempo vivo - Marcelo Mário de Melo

Abrindo abril

pulsam lembranças

molhadas de sangue

e cicatrizes

impressas no corpo

calcando a mente.

 

Tempo 

de terror e treva 

tensão 

tortura 

e mantos mortuários 

percorrendo os cárceres 

e a prisão domiciliar 

de todo o povo.

 

Tempo

de canteiros clandestinos

e vaga-lumes insurgentes

em rodas de ciranda 

 multiplicando as mãos 

na dança.

 

Tempo

de restos insepultos 

que advertem

na travessia 

dos abris de agora.

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