Por Sérgio Ruck Bueno | ValorEconômico
PORTO ALEGRE - Depois de repetir que o governo do presidente Michel Temer demorou a agir para impedir o caos provocado pela greve dos caminhoneiros no país, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, aproveitou para estender a crítica ao PT. “Eu não escolhi o Temer, quem escolheu foi o PT; foi o PT quem escolheu o Temer de vice-presidente”, afirmou ele na noite desta quarta-feira, após reunião com dirigentes da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul), em Porto Alegre.
Questionado se o vídeo divulgado por ele hoje à tarde - no qual critica o “oportunismo de candidatos presos ou soltos que estão usando a crise para se cacifar” e os “dois extremos que querem o pior” para o país - refere-se ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, Alckmin afirmou que não tem a intenção de “personalizar” a questão. “Coloquei que os radicais do ódio trazem o caos e não a mudança”, disse.
“É inadmissível essa coisa de intervenção militar”, reforçou o pré-candidato. Segundo ele, a paralisação dos caminhoneiros é resultado de uma “grande insatisfação” contra a alta carga tributária, que foi ampliada pelo governo Temer. “A gota d’água foi o combustível”, afirmou, antes de lembrar que o governo federal “dobrou o PIS/Cofins [sobre os combustíveis] no ano passado”. “Mas só reduz a carga tributária se reduzir o tamanho do Estado”, emendou.
Na entrevista, Alckmin também foi questionado se considera o governo Temer na “corda bamba”. Ele afirmou apenas que faltam pouco mais de quatro meses para a eleição e que “temos que aprender a respeitar a Constituição”.
Para o pré-candidato, a decisão do ex-prefeito de São Paulo, João Dória, também do PSDB e pré-candidato ao governo de São Paulo, de fazer uma aliança com o PRB não vai dividir o palanque do partido no Estado. “Como temos 35 partidos, cada Estado não vai ter coligação igual. Isso é natural, fruto do pluripartidarismo”, afirmou. O PRB deve concorrer à Presidência da República com o empresário Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo.
Alckmin disse ainda que vai "procurar fazer campanha" pelo pré-candidato do partido ao governo do Rio Grande do Sul, o ex-prefeito de Pelotas Eduardo Leite.
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