Clóvis Rossi
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - Não são nada razoáveis as críticas de analistas ouvidos por esta Folha a propósito do otimismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Primeiro, porque faz parte do instinto básico de Lula. Quando ele ainda era oposicionista, queixou-se mais de uma vez a amigo comum do que ele considerava pessimismo meu (não é pessimismo, é realismo, mas não interessa).
Se lamentava o pessimismo quando estava na oposição e não ganhava eleição, agora que ganha e bate recordes de popularidade, só pode ser superotimista.
Em segundo lugar, se o presidente diz "nosfu", o país infarta, claro. Discutir se "sifu" é expressão adequada ou não à "majestade do cargo" é irrelevante. Em terceiro lugar, governantes -e não apenas o do Brasil- têm hoje mais a função de animadores de auditório do que de administradores, quando resolvem seguir o modelo quase único pró-mercado.Tanto é assim que a ministra Dilma Rousseff teve o seu momento-verdade anteontem ao dizer:
"O governo não pode legislar sobre empregos. Não podemos baixar uma medida provisória dizendo: "Fique o emprego como está"".
Pois é, se não pode manter o emprego, tampouco pode manter o poder aquisitivo dos salários, que é afinal o que de fato conta. Resta, pois, animar o público, no que está tendo o mais absoluto êxito, a ponto de 78% dos brasileiros acreditarem que sua vida vai melhorar no ano que vem, o que contraria as previsões de 11 de cada 10 economistas.
Vai ver que esses 78% sabem de uma frase cáustica do também economista Roberto Campos (1917-2001), que me foi enviada pelo leitor Arnaldo Risemberg: "Há três maneiras de o homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo; a mais agradável é com as mulheres; a mais segura é seguindo os conselhos de um economista".
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - Não são nada razoáveis as críticas de analistas ouvidos por esta Folha a propósito do otimismo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Primeiro, porque faz parte do instinto básico de Lula. Quando ele ainda era oposicionista, queixou-se mais de uma vez a amigo comum do que ele considerava pessimismo meu (não é pessimismo, é realismo, mas não interessa).
Se lamentava o pessimismo quando estava na oposição e não ganhava eleição, agora que ganha e bate recordes de popularidade, só pode ser superotimista.
Em segundo lugar, se o presidente diz "nosfu", o país infarta, claro. Discutir se "sifu" é expressão adequada ou não à "majestade do cargo" é irrelevante. Em terceiro lugar, governantes -e não apenas o do Brasil- têm hoje mais a função de animadores de auditório do que de administradores, quando resolvem seguir o modelo quase único pró-mercado.Tanto é assim que a ministra Dilma Rousseff teve o seu momento-verdade anteontem ao dizer:
"O governo não pode legislar sobre empregos. Não podemos baixar uma medida provisória dizendo: "Fique o emprego como está"".
Pois é, se não pode manter o emprego, tampouco pode manter o poder aquisitivo dos salários, que é afinal o que de fato conta. Resta, pois, animar o público, no que está tendo o mais absoluto êxito, a ponto de 78% dos brasileiros acreditarem que sua vida vai melhorar no ano que vem, o que contraria as previsões de 11 de cada 10 economistas.
Vai ver que esses 78% sabem de uma frase cáustica do também economista Roberto Campos (1917-2001), que me foi enviada pelo leitor Arnaldo Risemberg: "Há três maneiras de o homem conhecer a ruína: a mais rápida é pelo jogo; a mais agradável é com as mulheres; a mais segura é seguindo os conselhos de um economista".
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