Delta oferece desde carros de polícia até tapa-buracos no Centro-Oeste
BRASÍLIA. Da locação de máquinas e equipamentos até obra em pontes e rodovias, a Delta se consolidou nos últimos anos como uma versátil, por vezes problemática, prestadora de serviços em Goiás e no Distrito Federal. Em Brasília, Anápolis e Goiânia, três cidades onde o ex-diretor Cláudio Abreu atuava com desenvoltura, a empresa já contratou cerca de R$ 700 milhões. Isso sem contar toda a frota da Polícia Militar do estado de Goiás, que firmou com a Delta um contrato de locação de viaturas, hoje alcançando duas mil unidades, de acordo com o Ministério Público goiano. O promotor Fernando Krebs, do MP, defende a declaração de inidoneidade da empresa por causa da Operação Monte Carlo.
De todas as contratações, a mais vultosa é a dos lotes 1 e 3 de coleta de lixo no Distrito Federal, que totaliza R$ 472 milhões, em cinco anos. Entre 2006 e 2010, a Delta faturou um pequeno quinhão da série de contratos emergenciais firmados durante o governo de José Roberto Arruda (2007-2010), cassado na esteira do escândalo do mensalão do DEM. Porém, após batalha judicial, na qual foi acusada de se valer de uma Certidão de Atestado Técnico (CAT) irregular pelo Ministério Público de Tocantins, venceu o certame e faturou um dos mais concorridos contratos da administração do DF. A negociação foi comandada por Cláudio Abreu, o ex-diretor da Delta. Desde 2010, a empresa já recebeu R$ 140 milhões do lixo.
Na terra de Carlinhos Cachoeira, Anápolis, a Delta também emplacou o contrato do lixo.
Em cinco anos, a Delta deve receber R$ 100 milhões, sem contar os contratos menores, da Operação Tapa-Buracos e da construção do Parque Ambiental da cidade. A prefeitura afirma que os contratos são regulares.
Em Goiânia, onde a Delta já recebeu entre R$ 100 e R$ 140 milhões, o principal negócio da Delta é a locação de máquinas de grande porte para a prefeitura. O procurador do município, Reinaldo Barreto, relatou a relação difícil com a empresa, anunciou a suspensão dos contratos vigentes e instalou uma sindicância.
FONTE: O GLOBO
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