Com aval de FHC, o pré-candidato tenta romper a desconfiança dos aliados de José Serra
Paulo de Tarso Lyra
BRASÍLIA – Em uma semana que será marcada pelas negociações intensas em busca de apoios para a eleição presidencial do ano que vem, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) esteve ontem em São Paulo para tentar construir uma unidade em torno de seu nome junto aos tucanos paulistas. O principal objetivo do senador é buscar um acordo com o ex-governador José Serra, que se sente alijado dos processos decisórios do partido.
A ideia inicial do comando do PSDB era que Aécio se encontrasse com Serra e com o governador Geraldo Alckmin daqui a uma semana, em um ato estadual do partido marcado para o dia 25. Mas os sinais emitidos pelo grupo de Serra, indicando que ele só aceitaria permanecer no partido se assumisse a presidência da legenda em maio, fizeram Aécio mudar os planos e antecipar o encontro.
Publicamente, Serra desmentiu que esteja interessado na presidência da agremiação. Mas aliados dele garantem que a possibilidade de assumir o cargo de secretário-geral do partido, ofertado pela ala mineira da legenda, não o atrai nem um pouco. "Ele foi candidato a presidente da República duas vezes, recebeu quase 44 milhões de votos em 2010. Foi governador, prefeito e ministro duas vezes. O que ele ganha tornando-se braço direito do futuro presidente do PSDB?", perguntou um aliado de Serra.
Estimulado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador mineiro tenta acertar uma trégua com os correligionários paulistas. As conversas com o governador de São Paulo têm sido mais frutíferas, embora Alckmin tenha dito, em jantar dos governadores tucanos com Aécio, na semana passada, em Brasília, que "não há necessidade de o senador acumular a Presidência do PSDB com a pré-candidatura ao Palácio do Planalto no ano que vem".
O receio de aliados do senador mineiro é que, contrariado, Serra jogue contra a candidatura. Mas a situação não ficaria mais tranquila caso a presidência do partido fosse assumida pelo ex-governador de São Paulo, pois ele teria condições de controlar a máquina partidária. "Se ele está, de fato, tão incomodado com os movimentos pró-Aécio, pode sair para filiar-se a outra legenda", desafiou um integrante da burocracia do PSDB.
Fonte: Estado de Minas
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