A reintegração de posse de terras ocupadas pelos índios, realizada pela Polícia Federal no Mato Grosso do Sul, que culminou com uma morte, e as reações posteriores da presidente e dos ministros, mostram a omissão e a total falta de coordenação que existe nesse governo.
Nesta terça-feira, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) afirmou que decisões judiciais de reintegração de posse só poderiam ser cumpridas depois de esgotadas todas as instâncias de diálogo. Foi uma censura ao ministro José Eduardo Cardozo, por ter cumprido ordem judicial de primeira instância no processo de reintegração de posse.
Dilma não gostou da censura e ao se referir ao episódio falou: “Nós cumprimos a lei e achamos que a lei não é algo que as pessoas possam falar ‘não gosto dessa, gosto daquela’. Não é assim. Todo mundo neste país cumpre lei. Do presidente da República ao bebê que acaba de nascer”. Ela não soube vocalizar o que queria dizer, ou seja, que a lei vale para todos – menos, é claro, não teria sentido, para os bebês que acabam de nascer- quem não a cumpre deve sofrer os seus rigores. Mas, em nota, o “Gilbertinho” negou que havia censurado o ministro da Justiça, por ter cumprido ordem judicial de primeira instância.
Conforme analisa a carta de formulação do ITV (Instituto Teotônio Vilela ), “da questão indígena aos portos brasileiros, um traço comum marca a atuação do governo federal: a omissão. A inabilidade em arbitrar controvérsias, a demora em buscar soluções e a dificuldade para construir consensos acaba sempre desaguando em conflitos. Esta é uma gestão que se notabiliza pela vacilação no decidir, pela demora no agir e pelo titubeio no fazer. Ou seja, pela inaptidão em governar. Administrar acaba se tornando um cabo de guerra”. É isso: a omissão e a descoordenação.
Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB
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