DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Candidata compara caso a grampos da privatização no governo FHC, mas outros petistas não comentam denúncia de ex-dirigente do fundo de pensão de Ceilândia
Leandro Cólon BRASÍLIA
Dia de feira. Candidatas do PT visitou ontem feira popular da cidade-satélite de Ceilândia
Nem o comando do Partido dos Trabalhadores nem Sérgio Rosa reagiram ontem às denúncias feitas por Gerardo Xavier Santiago, ex-diretor e ex-assessor da presidência do fundo de pensão Previ. Em entrevista à revista Veja, Santiago disse que a Previ é uma "fábrica de dossiês" e funciona como "um bunker" e um "braço partidário" a serviço de um grupo do PT. A única reação à entrevista partiu da candidata do PT, Dilma Rousseff.
Santiago contou que, "cumprindo ordens superiores", elaborou dossiês contra deputados e senadores da oposição. Ele disse que no comando dos pedidos estava o presidente do fundo, Sérgio Rosa, que deixou a Previ dois meses e meio atrás, depois de sete anos na direção máxima da entidade que tem capital de R$ 140 bilhões.
O ex-diretor revelou que um dos momentos em que a Previ mais trabalhou na coleta de informações para dossiês foi durante a CPI dos Correios, em 2005, quando a ordem foi para vasculhar documentos sigilosos, cruzar planilhas e dados com investimentos sobre negócios do fundo que envolviam parlamentares da oposição, como o deputado ACM Neto (DEM-BA), os senadores Jorge Bornhausen (DEM-SC) e Heráclito Fortes (DEM-PI) e José Serra (PSDB-SP).
"A Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini (ex-presidente do PT), Sérgio Rosa, Luiz Gushiken (ex-ministro) e João Vaccari Neto (dirigentes histórico da cúpula sindical bancária, junto com Berzoini)". A Previ está por trás, acrescentou, das informações espalhadas contra uma suposta relação entre Heráclito Fortes e Daniel Dantas, que permitiria que o parlamentar usasse jatinhos cedidos pelo banqueiro.
O próprio Santiago diz que ninguém conseguiu comprovar esse uso dos jatinhos, mas que a notícia foi plantada e posta a circular a partir da investigação deflagrada na Previ. Disse, ainda, que a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) usou informações da "central de dossiês" do fundo na CPI dos Correios. Ontem, o DEM anunciou que vai entrar com uma representação contra Ideli no Conselho de Ética do Senado.
Dilma reage. Para defender-se das recentes polêmicas sobre criação de dossiês por petistas contra adversários, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, comparou o caso da Previ ao escândalo dos grampos das privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e pediu que irregularidades de gestões anteriores também sejam apuradas.
"Se for fazer vinculação de denúncias de pessoas que integram governos, levantemos de todos e não só os meus. Me parece bastante eleitoreira essa tentativa de vinculação", disse. "É possível que a imprensa levante tudo o que aconteceu em governos anteriores. Por exemplo, todos os grampos que ocorreram durante as privatizações no BNDES. Atingirão, por acaso, o candidato da oposição, o meu adversário, José Serra? Então acho que como aquilo não atinge, isso (dossiês) também não tem nada a ver com minha campanha", afirmou, em visita a uma feira em Ceilândia, no Distrito Federal.
Ela referiu-se aos processos de privatização de estatais no governo do tucano Fernando Henrique na segunda metade da década de 90, um negócio de R$ 22 bilhões. Conversas telefônicas revelaram indícios de que houve irregularidades e esquemas para favorecer empresas.
Em junho passado, uma crise atingiu a campanha de Dilma depois da revelação de uma tentativa de elaboração de um dossiê, supostamente por pessoas ligadas à campanha dela, contra o candidato do PSDB, José Serra. Ontem, a petista repudiou as ligações feitas entre sua campanha e esses episódios, como o da Previ. "Eu não acredito que tenha algo a ver isso com a minha campanha. Porque até essa questão de alguém acusar alguém tem que ser provada. Mas de qualquer jeito eu não tenho nenhuma vinculação, minha campanha não tem nenhuma vinculação com a Previ"", afirmou.
Candidata compara caso a grampos da privatização no governo FHC, mas outros petistas não comentam denúncia de ex-dirigente do fundo de pensão de Ceilândia
Leandro Cólon BRASÍLIA
Dia de feira. Candidatas do PT visitou ontem feira popular da cidade-satélite de Ceilândia
Nem o comando do Partido dos Trabalhadores nem Sérgio Rosa reagiram ontem às denúncias feitas por Gerardo Xavier Santiago, ex-diretor e ex-assessor da presidência do fundo de pensão Previ. Em entrevista à revista Veja, Santiago disse que a Previ é uma "fábrica de dossiês" e funciona como "um bunker" e um "braço partidário" a serviço de um grupo do PT. A única reação à entrevista partiu da candidata do PT, Dilma Rousseff.
Santiago contou que, "cumprindo ordens superiores", elaborou dossiês contra deputados e senadores da oposição. Ele disse que no comando dos pedidos estava o presidente do fundo, Sérgio Rosa, que deixou a Previ dois meses e meio atrás, depois de sete anos na direção máxima da entidade que tem capital de R$ 140 bilhões.
O ex-diretor revelou que um dos momentos em que a Previ mais trabalhou na coleta de informações para dossiês foi durante a CPI dos Correios, em 2005, quando a ordem foi para vasculhar documentos sigilosos, cruzar planilhas e dados com investimentos sobre negócios do fundo que envolviam parlamentares da oposição, como o deputado ACM Neto (DEM-BA), os senadores Jorge Bornhausen (DEM-SC) e Heráclito Fortes (DEM-PI) e José Serra (PSDB-SP).
"A Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini (ex-presidente do PT), Sérgio Rosa, Luiz Gushiken (ex-ministro) e João Vaccari Neto (dirigentes histórico da cúpula sindical bancária, junto com Berzoini)". A Previ está por trás, acrescentou, das informações espalhadas contra uma suposta relação entre Heráclito Fortes e Daniel Dantas, que permitiria que o parlamentar usasse jatinhos cedidos pelo banqueiro.
O próprio Santiago diz que ninguém conseguiu comprovar esse uso dos jatinhos, mas que a notícia foi plantada e posta a circular a partir da investigação deflagrada na Previ. Disse, ainda, que a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) usou informações da "central de dossiês" do fundo na CPI dos Correios. Ontem, o DEM anunciou que vai entrar com uma representação contra Ideli no Conselho de Ética do Senado.
Dilma reage. Para defender-se das recentes polêmicas sobre criação de dossiês por petistas contra adversários, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, comparou o caso da Previ ao escândalo dos grampos das privatizações do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e pediu que irregularidades de gestões anteriores também sejam apuradas.
"Se for fazer vinculação de denúncias de pessoas que integram governos, levantemos de todos e não só os meus. Me parece bastante eleitoreira essa tentativa de vinculação", disse. "É possível que a imprensa levante tudo o que aconteceu em governos anteriores. Por exemplo, todos os grampos que ocorreram durante as privatizações no BNDES. Atingirão, por acaso, o candidato da oposição, o meu adversário, José Serra? Então acho que como aquilo não atinge, isso (dossiês) também não tem nada a ver com minha campanha", afirmou, em visita a uma feira em Ceilândia, no Distrito Federal.
Ela referiu-se aos processos de privatização de estatais no governo do tucano Fernando Henrique na segunda metade da década de 90, um negócio de R$ 22 bilhões. Conversas telefônicas revelaram indícios de que houve irregularidades e esquemas para favorecer empresas.
Em junho passado, uma crise atingiu a campanha de Dilma depois da revelação de uma tentativa de elaboração de um dossiê, supostamente por pessoas ligadas à campanha dela, contra o candidato do PSDB, José Serra. Ontem, a petista repudiou as ligações feitas entre sua campanha e esses episódios, como o da Previ. "Eu não acredito que tenha algo a ver isso com a minha campanha. Porque até essa questão de alguém acusar alguém tem que ser provada. Mas de qualquer jeito eu não tenho nenhuma vinculação, minha campanha não tem nenhuma vinculação com a Previ"", afirmou.
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