Valor Econômico
Agência da ONU vê situação difícil, mas também oportunidades no comércio do Sul Global
A economia mundial está em trajetória de
recessão, empurrada pelo aumento das tensões comerciais e pela persistente
incerteza, alerta a Agencia das Nações Unidas para o Comércio e o
Desenvolvimento (Unctad) em relatório publicado hoje.
Para a agência da ONU, a projeção é que o
crescimento global desacelere para 2,3% em 2025 comparado a 2,8% no ano
passado.
Para o Brasil, a estimativa é de
desaceleração para 2,2% comparado a expansão estimada em 3,4% no ano passado.
A Unctad cita ameaças crescentes, incluindo choques na política comercial, volatilidade financeira e aumento na incerteza que correm o risco de descarrilar a perspectiva global.
Avalia que as economias em desenvolvimento
enfrentam riscos e a piora das condições externas, mas vê oportunidades no
crescimento do comércio Sul-Sul e a maior integração econômica regional.
Para a América Latina, a projeção é de
crescimento de 2,3% neste ano, uma vez que a recuperação da economia argentina
compensa a desaceleração no Brasil e no México.
Considera que a região é particularmente
suscetível às mudanças de política nos Estados Unidos, principalmente em
relação a comércio e à migração.
Estima que a maioria dos bancos centrais da
região continuará com a flexibilização monetária à medida que a inflação tende
a cair, ‘com a notável exceção do Brasil, que iniciou um ciclo de aperto’.
A Unctad espera uma ‘desaceleração notável da
economia brasileira em 2025, para 2,2%, já que o aperto monetário inibe os
gastos com investimento e consumo’.
Da mesma forma, no México, as condições
financeiras restritivas e os esforços de consolidação fiscal em andamento
pesarão sobre o crescimento, fazendo com que a expansão desacelere para 0,5%.
A aplicação de restrições mais severas às
exportações do país resultaria em uma revisão significativa para baixo das
perspectivas de crescimento do país para este ano.
Por sua vez, a economia da Argentina deverá se recuperar fortemente em 2025, após dois anos consecutivos de contrações, registrando uma expansão de 5,0%. A recuperação será impulsionada por uma retomada dos salários reais e dos gastos das famílias, enquanto uma melhora nas condições de financiamento ajudará a impulsionar o investimento privado. o entanto, o aumento dos níveis de desigualdade e informalidade atenuará a expansão.
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