quarta-feira, 16 de abril de 2025

Unctad: economia mundial ruma para a recessão; Brasil só cresce 2,2% - Assis Moreira

Valor Econômico

Agência da ONU vê situação difícil, mas também oportunidades no comércio do Sul Global

A economia mundial está em trajetória de recessão, empurrada pelo aumento das tensões comerciais e pela persistente incerteza, alerta a Agencia das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) em relatório publicado hoje.

Para a agência da ONU, a projeção é que o crescimento global desacelere para 2,3% em 2025 comparado a 2,8% no ano passado.

Para o Brasil, a estimativa é de desaceleração para 2,2% comparado a expansão estimada em 3,4% no ano passado.

A Unctad cita ameaças crescentes, incluindo choques na política comercial, volatilidade financeira e aumento na incerteza que correm o risco de descarrilar a perspectiva global.

Avalia que as economias em desenvolvimento enfrentam riscos e a piora das condições externas, mas vê oportunidades no crescimento do comércio Sul-Sul e a maior integração econômica regional.

Para a América Latina, a projeção é de crescimento de 2,3% neste ano, uma vez que a recuperação da economia argentina compensa a desaceleração no Brasil e no México.

Considera que a região é particularmente suscetível às mudanças de política nos Estados Unidos, principalmente em relação a comércio e à migração.

Estima que a maioria dos bancos centrais da região continuará com a flexibilização monetária à medida que a inflação tende a cair, ‘com a notável exceção do Brasil, que iniciou um ciclo de aperto’.

A Unctad espera uma ‘desaceleração notável da economia brasileira em 2025, para 2,2%, já que o aperto monetário inibe os gastos com investimento e consumo’.

Da mesma forma, no México, as condições financeiras restritivas e os esforços de consolidação fiscal em andamento pesarão sobre o crescimento, fazendo com que a expansão desacelere para 0,5%.

A aplicação de restrições mais severas às exportações do país resultaria em uma revisão significativa para baixo das perspectivas de crescimento do país para este ano.

Por sua vez, a economia da Argentina deverá se recuperar fortemente em 2025, após dois anos consecutivos de contrações, registrando uma expansão de 5,0%. A recuperação será impulsionada por uma retomada dos salários reais e dos gastos das famílias, enquanto uma melhora nas condições de financiamento ajudará a impulsionar o investimento privado. o entanto, o aumento dos níveis de desigualdade e informalidade atenuará a expansão.

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