• Segundo a presidente, algumas pessoas propõem ruptura da democracia como saída da crise; ela pede união para superar dificuldades
Victor Martins e Álvaro Campos - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff pediu união para o País sair da crise política e econômica. Durante entrevista a uma rádio de Presidente Prudente (SP) nesta quarta-feira, 16, ela afirmou que o governo trabalha diuturnamente para garantir a estabilidade política e econômica. “Temos de nos unir e o mais rapidamente, independente das nossas posições, e tomarmos o partido do Brasil, que leva a mudança da nossa situação”, afirmou. A presidente disse que algumas pessoas propõem uma ruptura da democracia como saída da crise e classificou esse movimento como “versão moderna do golpe”.
“Acredito que tem ainda no Brasil, infelizmente, pessoas que não se conformam que estejamos em uma democracia que tem legitimidade popular”, disse. “Essas pessoas torcem para o quanto pior melhor, e isso em todas as áreas, na economia e na política”, avaliou. Segundo a presidente, em nenhum país que se passou por dificuldades foi proposto ruptura da democracia. “Todos (que querem uma ruptura) esperando oportunidade para pescar em águas turvas. O Brasil tem solidez institucional”, ponderou. Ela afirmou que o governo procurou por todos os meios evitar a crise, mas não foi possível.
Discurso. Em discurso de entregas de moradias do programa Minha Casa Minha Vida na cidade, Dilma criticou os que apostam "no quanto pior, melhor" para a política e a economia. Segundo ela, essa postura só leva ao pior, "porque nós conquistamos a democracia com imenso esforço e a base da democracia é a legalidade dada pelo voto de cada um". Em reação à fala da presidente, representantes de movimentos sociais presentes ao evento gritaram "não vai ter golpe".
Após um breve silêncio, a presidente emendou: "qualquer forma de encurtar o caminho da rotatividade democrática é golpe, sim. Principalmente quando esse caminho é feito só de atalhos questionáveis", afirmou. "Outro caminho é torcer para o Brasil piorar, ter o pessimismo na cabeça. Quem acha que tudo vai dar errado, chama o erro para si mesmo e quem acha que tudo está ruim, chama a dificuldade para si mesmo", completou a presidente.
Dilma pediu "tranquilidade" para reconhecer onde está o problema e afirmou que o governo tem adotado medidas para controlar a inflação "que corrói a renda do trabalhador e o lucro do empresário" e ainda, como qualquer família, para controlar o orçamento. "Se possível, fazer uma pequena, pequenininha poupança para os próximos anos, pois queremos assegurar programas sociais e investimentos", concluiu.
A presidente retorna a Brasília após participar, da cerimônia simultânea de entrega de 2.599 moradias do programa. São 2.343 residências em Presidente Prudente, no Oeste do Estado de São Paulo e outros 256 apartamentos em Cotia, na região metropolitana. O investimento total nos empreendimentos foi de R$ 179,11 milhões, segundo o Ministério das Cidades.
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