• Com presença de Lula, deputada inicia disputa pela prefeitura do Rio
Marco Grillo - O Globo
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) lançou ontem sua pré-candidatura à prefeitura do Rio e afirmou que a aliança com o PMDB na cidade — onde a sigla ocupava até recentemente uma secretaria — foi um “preço pago” pela manutenção do apoio do PMDB ao ex-presidente Lula e à presidente afastada, Dilma Rousseff.
O evento foi marcado por diversos discursos contra Temer. PT e PCdoB ocuparam, até recentemente, cargos na administração municipal; o estopim para o rompimento foi a posição majoritária de deputados do PMDB do Rio a favor do impeachment de Dilma. O voto que mais incomodou os petistas partiu do pré-candidato do PMDB, Pedro Paulo. Depois disso, o presidente estadual do PT e prefeito de Maricá, Washington Quaquá, conduziu o acordo com Jandira.
A deputada disse que vai processar o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que, em delação, afirmou ter articulado uma doação de R$ 100 mil, fruto de propina, da Queiroz Galvão para a campanha dela à Câmara dos Deputados em 2010. Jandira nega a acusação.
Com a Fundição Progresso quase lotada, Jandira recebeu o apoio de dirigentes e parlamentares do PT e do PCdoB. Artistas também estiveram presentes, como a cantora Beth Carvalho e o ator Bemvindo Siqueira, que levou o público às gargalhadas ao simular uma conversa ao telefone com o presidente interino, Michel Temer. Ao fim do evento, Jandira afirmou que se sentirá à vontade para criticar a administração peemedebista na cidade.
— Pagamos um preço nacional pela eleição de Lula e Dilma. Nunca deixamos de criticar a concepção de cidade que se tinha. Decidimos ter candidatura própria muito antes da votação do impeachment — afirmou.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, destacou que PT e PCdoB caminham juntos em eleições desde 1989.
— É uma aliança histórica entre dois partidos que lutaram pela democracia no Brasil e contra o golpe do presidente usurpador. O Rio vive hoje uma crise política, financeira e moral na Segurança, na Saúde e na administração do dinheiro público. Precisamos de liderança que conduza o Rio ao seu novo destino — disse Falcão.
Lula afirmou que a campanha vai representar “uma nova experiência política”, por conta da proibição de financiamento empresarial. Destacou ainda a parceria entre o governo federal no período em que ele e Dilma governaram, com as administrações peemedebistas no Rio, tanto no estado (com Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão) quanto na prefeitura (com Paes).
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