Silvia Amorim - O Globo
Além de distribuidoras de bebidas ligadas ao Grupo Petrópolis, as empresas Leyroz de Caxias e Praiamar também se dedicaram nas últimas eleições a distribuir generosas doações a campanhas e comitês partidários. Foram R$ 63,2 milhões doados em 2010, 2012 e 2014 para 18 legendas.
Praiamar e Leyroz, que hoje se chama ROF Comercial, são suspeitas de terem sido usadas pela Odebrecht para pagar propina no Brasil. As duas aparecem em planilhas apreendidas na casa de executivo da empreiteira pela Lava-Jato. Há a suspeita de que sejam até empresas de fachada.
O valor das doações entre 2010 e 2014 foi repartido quase igualitariamente entre ambas: Praiamar (R$ 30,6 milhões) e Leyroz ( R$ 32,5 milhões). A maior parte da ajuda eleitoral se deu em 2010 e 2012. Na última eleição presidencial, as doações foram bem pontuais e modestas — um total de R$ 3 milhões.
Uma breve análise das doações feitas pelas duas distribuidoras de bebidas nesse período, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), permite dizer que elas adotaram estratégia parecida na hora de distribuir ajuda às campanhas: doações foram pulverizadas aos partidos, dos grandes PMDB, PT, e PSDB aos pequenos PTC e PSDC.
Em 2014, uma mudança ocorre no perfil das doações. As empresas deixaram de dar dinheiro diretamente a candidatos e optaram por fazê-lo a comitês partidários. Os grandes partidos também desapareceram da lista de campanhas atendidas.
Na última eleição, a Praiamar foi a única que fez doação direta para candidato. A favorecida foi Soraya Alencar dos Santos (PMDB-RJ), eleita deputada federal, que recebeu R$ 150 mil. Os partidos que receberam doação naquele ano foram PSD, SD , DEM, PDT, PSD, PMN e PP. Nos pleitos anteriores, a lista de beneficiados tinha governadores, senadores e deputados.
O Grupo Petrópolis disse que não tem participação nas empresas, que atuavam apenas como distribuidoras de seus produtos.
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