segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Sem consulta à bancada, escolha de líder gerou críticas

Camilla Turtelli Felipe Frazão / O Estado de S. Paulo

Até a escolha de um deputado do próprio PSL para a liderança do governo na Câmara causou ciúmes. A bancada não foi consultada pelo presidente Jair Bolsonaro. A equipe da Casa Civil, à frente da articulação política, defendia que o posto fosse exercido por outra legenda, como forma de incluir mais partidos à base aliada.

Escolhido por Bolsonaro, o deputado de primeiro mandato Major Vitor Hugo (GO) é desafeto do atual líder da legenda na Câmara, Delegado Waldir (GO). A indisposição decorre das eleições. Vitor Hugo acusou o diretório estadual do PSL em Goiás, comandado por Waldir, de monopólio de verbas do fundo eleitoral, mas o processo não foi aceito.

“O PSL é a pedra fundamental da base do governo. Inclusive, eu postei isso no polêmico grupo do WhatsApp. Algumas acomodações de divergências vão acontecer e a gente vai começar a legislatura muito unido e efetivamente sendo o núcleo duro de apoio ao presidente”, diz o líder do governo.

Há ainda a formação dos grupos regionais. Em São Paulo, o deputado Junior Bozella, com base no litoral sul do Estado, é uma espécie de representante dos paulistas, enquanto o delegado da PF Felício Laterça coordena demandas dos parlamentares do Rio.

Bozella chegou a postular a presidência da Câmara, mas recuou. Já o delegado Laterça deve disputar a liderança com o delegado Waldir.

Esplanada. Antes mesmo de o governo ser formado, parte da bancada entrou em atrito com o único representante do partido no primeiro escalão, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, deputado reeleito por Minas Gerais, por causa de escolhas para sua equipe técnica.

O ministro foi pressionado publicamente pelo ator e deputado federal eleito Alexandre Frota (SP) a demitir dois assessores acusados de defender posições consideradas de esquerda. “A bancada do PSL tem suas particularidades, são 52 cabeças se encontrando. É natural que exista um tempo para que a afinidade aconteça”, contemporizou o ministro do Turismo.

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