domingo, 30 de abril de 2017

Protestos deixam rastro de destruição

Cidade teve seis estações de VLT depredadas, nove ônibus queimados e vitrines de lojas destruídas. Em São Paulo, prefeitura quer cobrar prejuízos de sindicatos.

Protestos deixam rastro de destruição no Rio

Seis estações do VLT foram depredadas. Carcaças de ônibus permaneciam na rua

Bruno Dutra, Sérgio Roxo, Renan Almeida, Luisa Valle e Ione Luques | O Globo

RIO E SÃO PAULO - No dia seguinte aos protestos contra as reformas trabalhista e da Previdência, havia rastros de destruição no Centro do Rio. No entorno da Cinelândia, edifícios, lojas e estruturas exibiam vidros quebrados. Seis estações de VLT foram depredadas. Ao menos três das carcaças de ônibus incendiados na noite de sexta-feira permaneciam nas ruas, na Lapa, durante o dia. E duas das sete pessoas que ficaram feridas nos confrontos permaneciam internadas.

Mais de 20 bombas de efeito moral e de gás lacrimogênio, três balas de borracha e ao menos duas pedras foram encontradas na manhã de ontem dentro do Teatro Municipal. É que perto do fim dos atos contra as reformas propostas pelo governo, a Cinelândia se transformou em local de confronto e terminou com várias depredações e ao menos sete feridos, sendo seis deles atingidos por balas de borracha. Os dois que seguiam hospitalizados passaram por cirurgias e têm quadro estável.

O Ministério Público do Estado do Rio informou que serão apurados os episódios de violência em relação aos excessos praticados pelos agentes públicos e por pessoas que depredaram ou incendiaram bens públicos.

Com seis estações depredadas, entre elas Cinelândia, Carioca e Candelária, o VLT funcionou parcialmente ontem. Estima-se que 20 mil pessoas deixaram de ser transportadas na sexta-feira devido a interrupções no serviço.

As equipes de manutenção passaram o dia fazendo a limpeza do local e retirando o material depredado para garantir a segurança dos usuários. Ainda está sendo avaliado o tamanho dos danos e o prazo para a recuperação total. Hoje, a expectativa era começar a operação da linha 1 às 6h já entre Rodoviária e Santos Dumont.

Só este ano, 40 ônibus já foram incendiados na cidade, incluindo os nove de sexta-feira, segundo a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), que divulgou nota de repúdio aos ataques, colocando os passageiros como os principais prejudicados. A previsão é que será preciso investir R$ 18 milhões para repor a frota.

Faixas de acesso ao Aterro do Flamengo foram fechadas para o trabalho de limpeza.

SP QUER COBRAR SINDICATOS
Em São Paulo, também houve destruição nas proximidades da casa do presidente Michel Temer, no Alto de Pinheiros. Manifestantes depredaram imóveis, incluindo oito agências bancárias, dois restaurantes, uma clínica em obras e um ponto de ônibus. Postes de sinalização de trânsito, lixeiras e galhos de árvores foram arrancados e atirados nas ruas. No Centro, orelhões e lixeiras também foram danificados.

O prefeito João Doria (PSDB) disse que os sindicato serão obrigados pela prefeitura a arcar com os prejuízos provocados por depredações em atos relacionados à greve. Ele conseguiu uma decisão liminar para impedir que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realize seu ato de 1º de Maio na Avenida Paulista. A decisão estipula multa de R$ 10 milhões em caso de descumprimento. Em nota, a gestão municipal diz que o acordo firmado com o Ministério Público só permite a realização no local da Parada do Orgulho LGBT, da Corrida de São Silvestre e da festa de réveillon.

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