Presidente acredita que vá surgir uma nova liderança para 2018
Miguel Caballero | O Globo
O presidente Michel Temer afirmou que a crise política “já está começando a terminar”. Ele mais uma vez declarou que não será candidato à reeleição e disse acreditar que vá surgir uma nova liderança para o país nas eleições de 2018.
Temer defendeu as reformas em tramitação no Congresso. Sobre a trabalhista, disse que o objetivo é "gerar emprego" e que a eliminação da obrigatoriedade do imposto sindical não partiu do governo federal e foi incluída na reforma pelos parlamentares. "Eu não entrei nessa história. Nós não cogitamos do imposto sindical. Entretanto lá no Congresso eles colocaram a tese da eliminação do imposto sindical".
As declarações de Temer foram em entrevista ao apresentador Ratinho, no SBT, veiculada sexta à noite. O peemedebista aceitou uma sugestão do entrevistador, que perguntou se ele gostaria de ser conhecido como "o presidente das reformas", e disse que seu sucessor encontrará o país “nos trilhos”.
"Eu acho que vai acabar aparecendo, viu, Ratinho (uma nova liderança)? O país é muito criativo, não é? Nós todos, brasileiros, somos muito criativos. Então não é improvável que, como nós estamos colocando o país nos trilhos (..), quem assumir o governo encontre a locomotiva andando. Então eu acho que vai aparecer, aparecerá. Nós temos um ano e pouco pela frente para as candidaturas. Seguramente vai aparecer gente para liderar o país".
Ao perguntar sobre a crise fiscal nas diferentes esferas de governo, Ratinho recorreu à analogia com um orçamento familiar para falar das contas no vermelho e falou que a mulher não pode gastar mais do que o marido ganha.
"Uma dona de casa, ela não pode gastar se o marido dela ganha R$ 5 mil, ela não pode gastar mais que cinco, senão ela vai quebrar o marido. Por que o governo gasta mais do que arrecada sempre? Não estou dizendo o governo federal, mas o governo municipal, o governo estadual sempre gasta mais do que arrecada. Por que isso?", perguntou Ratinho.
Na resposta, Temer deu sequência à analogia:
"Acho que os governos agora precisam passar a ter marido, viu, porque daí não vai quebrar. Para não quebrar o país precisa fazer - país, estado, município -, você precisa fazer isso que nós estamos fazendo. Por exemplo, reitero, o teto de gastos públicos. Você não pode gastar mais do que arrecada. É fazer como se faz na sua casa", afirmou o presidente.
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