Por Carolina Freitas | Valor Econômico
SÃO PAULO - O ex-prefeito de São Paulo João Doria atribuiu ao PSDB a responsabilidade pela escolha de Geraldo Alckmin como candidato do partido à Presidência. Em entrevista em vídeo para a "Bloomberg", gravada em Nova York, Doria foi questionado sobre porque concorreria ao governo paulista e não ao Planalto.
"É uma decisão do meu partido, o PSDB", afirmou. "Nós já temos candidato para a Presidência do Brasil. É Geraldo Alckmin. Eles [o partido] decidiram também me convidar a concorrer no Estado de São Paulo. Essa é a razão."
O entrevistador quis saber então se o partido reconsideraria a candidatura de Alckmin, tendo em vista o desempenho fraco do presidenciável nas pesquisa de intenção de voto. "No way [De jeito nenhum]", respondeu Doria - a entrevista foi concedida toda em inglês. "Never [Nunca]."
O tom do ex-prefeito foi de quem entende a atitude como um dever a ser cumprido. "Eu tenho que manter minha decisão e apoiar Alckmin na decisão dele. A decisão não pertence apenas a ele, mas é uma decisão do partido. E eu tenho que respeitar isso". Doria justificou também que, por vir do setor privado, é "muito focado".
"Toda a minha vida, o que eu decidi eu segui e mantive." O empresário foi criticado dentro e fora do PSDB ao deixar a Prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do Estado - depois de 15 meses de gestão e de ter prometido cumprir os 4 anos de mandato.
Instado a falar sobre os motivos para o desempenho de Alckmin na pré-campanha, Doria optou por um discurso conciliador. Disse que falta "uma eternidade" para as eleições. "Temos tempo para crescer, tempo para apoiar Alckmin." Apostou na formação de uma coalizão com outros "3, 4 ou 6" partidos para sustentar o PSDB na corrida presidencial e na campanha eleitoral na televisão. "Sem plano B nem C, só plano G, de Geraldo."
Doria elogiou a condução da economia pelo presidente Michel Temer (MDB) e previu um "desastre" caso Ciro Gomes (PDT) ou Jair Bolsonaro (PSL) sejam eleitos. "A eleição de qualquer um deles seria outro desastre, porque é populismo, à direita ou à esquerda."
Ao final da entrevista, veio uma pergunta ao pré-candidato a governador de São Paulo sobre quais seriam suas prioridades se eleito. "Emprego. Não é tão difícil. O governo tem que facilitar o investimento, manter a lei", disse.
Doria disse que estuda desde já privatizar empresas paulistas e que, se eleito, iniciará esse processo "o quanto antes possível". Mencionou que Alckmin, quando governador, fez concessões, parcerias público-privadas e privatizações positivas e pretender ir "no mesmo caminho, talvez correndo um pouco mais".
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