• Relator do parecer que reprovou as contas do governo, aprovado pelo TCU, diz que decisão foi técnica; impeachment, afirma, não é tema da Corte
Por Vinicius Sassine - O Globo
Como viu a votação unânime do TCU ( pela rejeição das contas da presidente Dilma de 2014)?
Vi como um fortalecimento da democracia brasileira. A decisão do ministro ( do STF, Luiz) Fux ( de negar pedido do governo para suspender o julgamento) foi muito importante para preservar o tribunal e, acima de tudo, permitir que uma instituição com importância no controle externo funcione de forma democrática.
Algumas irregularidades já haviam sido constatadas em anos anteriores. Por que a rejeição agora?
Em 2014 foi muito impactante a diferença. São R$ 106 bilhões em distorções.
O plenário do TCU estava tomado por parlamentares da oposição. O governo alega que houve politização do processo.
Acho que não houve politização. O relatório é assinado por 14 auditores, um trabalho coletivo do TCU, puramente técnico, uma soma de números, verificar se cumpriu ou não a lei. No tribunal, são todos concursados. Os ministros são eleitos de forma independente. Foi uma demonstração de maturidade do TCU.
A análise das contas presidenciais vai ser diferente daqui para frente? Pode haver novas rejeições?
Foi um bom exemplo para o resto do país, para os Tribunais de Contas nos estados. É impressionante o reconhecimento. No avião, hoje ( ontem) de Brasília a Belo Horizonte, as pessoas vieram me cumprimentar.
O seu relatório será usado para embasar pedidos de impeachment da presidente. Concorda com isso?
Impeachment eu não discuto. Não é conosco. Nós temos de ver as contas.
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