• Para tucano, decisão do TCU agrava situação de Dilma
Por Cristiane Jungblut – O Globo
BRASÍLIA - O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quinta-feira que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de rejeitar as contas presidenciais de 2014 "agrava em muito" a situação da presidente Dilma Rousseff. Aécio disse que o PSDB votará favoravelmente ao um pedido de impeachment da presidente, caso o processo tenha prosseguimento na Câmara. Para o tucano, Dilma "não governa mais" e "entregou dos dedos" ao fazer uma reforma ministerial que fracassou ao não lhe garantir maioria no Congresso.
— Essa decisão do TCU agrava em muito a situação da senhora presidente. O PSDB vai aguardar a manifestação do presidente Cunha e, obviamente, se o impeachment for colocado em votação, se colocará favoravelmente ao que pensam seus eleitores e não só eles, mas 60% da sociedade brasileira — disse Aécio.
Aécio disse que o governo tem agido de forma “vexatória" contra os tribunais e também na tentativa de obter apoio parlamentar. E atacou a reforma ministerial realizada por Dilma.
— Ali, ela não entregou seus anéis, esses ela já havia entregue, ela entregou os dedos. A presidente já não governa mais o Brasil. Mas a grande maioria (dos parlamentares) está mostrando que não se sujeita a esse tipo de pressão. Eles votarão em sintonia com seus eleitores — disse Aécio.
O senador tucano ainda criticou a atuação do advogado-geral da União, Luís Adams, no caso do TCU. Aécio disse que o tribunal tomou sua decisão e que agora cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também julgar as ações da oposição contra a campanha da presidente Dilma.
— A tentativa nefasta do advogado-geral da União fez com que se escrevesse a mais triste página da história. O advogado-geral da União virou o arauto da ilegalidade, como se seu papel fosse um papel político, se descredenciou para ficar à frente da AGU — disse Aécio.
Ele disse que a oposição continuará defendendo as instituições das pressões do governo.
— O Brasil viveu uma semana histórica. Na verdade, tanto o Tribunal de Contas e o TSE deram forma a um sentimento que já era amplo da sociedade: de que a presidente da República cometeu ilegalidades para vencer as eleições. Não são mais as oposições que argumentam sobre os crimes cometidos. Para vencer as eleições, ela cometeu crime de responsabilidade e terá que responder por isso. Se não, estaríamos criando um salvo-conduto para presidentes cometerem qualquer tipo de desatino. Elas (ilegalidades) comprometem, deturpam e induzem a erro a decisão do eleitor — disse Aécio.
Mais enfático, o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), disse que a decisão do TCU reforça o pedido de impeachment de Dilma.
— O pedido de impeachment já estava muito bem embasado, mas vem reforçado pelo TCU. Agora, é uma Corte dizendo que houve crime de responsabilidade por É evidente que essa decisão reforça e muito o pedido de impeachment já formulado — disse Sampaio.
Já o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), disse que há dois caminhos: o impeachment ou uma nova eleição, se o TSE decidir pela cassação do mandado de Dilma. Ele disse que considera mais democrático realizar novas eleições.
— Dilma caiu. Agora, a sociedade vai escolher qual o caminho: impeachment ou novas eleições. Essa é a escolha — disse Cássio Cunha Lima.
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