sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Brasília-DF :: Luiz Carlos Azedo

DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

Aposentados e pensionistas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer conversar, ainda hoje, com líderes da base e dirigentes das centrais sindicais para manter o chamado fator previdenciário e impedir que o reajuste dos benefícios de aposentados e pensionistas seja vinculado ao salário mínimo. Não quer de forma alguma que os benefícios sejam equiparados aos salários dos trabalhadores da ativa, como defende o autor dos dois projetos aprovados no Senado, o senador Paulo Paim (PT-RS). Correligionário do presidente, o petista gaúcho caiu em desgraça no Palácio do Planalto.

O mesmo destino está reservado aos petistas e aliados que vacilarem nessa questão. Na quarta-feira, o governo conseguiu evitar a aprovação da proposta graças a uma manobra regimental que somente não fracassou porque o líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (SP), foi à tribuna desafiar a massa de sindicalistas aposentados que tomava as galerias da Casa. Como um gladiador romano — “Ave, César, nós, que vamos morrer, vos saudamos!” —, Vaccarezza manteve a base unida e pôs uma saia justa na oposição ao explicar, sob vaias, que a aprovação da proposta provocaria um colapso na Previdência, com um impacto financeiro monumental: R$ 130 bilhões em 2010 e R$ 145 bilhões em 2011.

Rumo

O Palácio do Planalto ainda não tem um diagnóstico das motivações do artigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto), intitulado “Para onde vamos?”, publicado domingo passado nos grandes jornais do país, entre os quais o Correio. Nele, o líder tucano desce o sarrafo no governo Lula e acusa o presidente da República de querer implantar uma espécie de “subperonismo”. FHC patrocina uma polarização com Lula que é tudo o que, aparentemente, não quereriam os governadores tucanos de São Paulo, José Serra, e de Minas, Aécio Neves.

Resposta

A cúpula do PT se mobiliza para responder ao artigo de Fernando Henrique Cardoso, que pautou a oposição e teve ampla repercussão na imprensa. Mas não quer que o presidente Lula aceite a polêmica com o ex-presidente da República, porque avalia que encheria ainda mais a bola do tucano. Vai ser difícil segurá-lo, pois o esporte favorito de Lula é comparar o seu governo com o de FHC.

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