Jarbas de Holanda
Os efeitos da crise internacional começam a manifestar-se em múltiplos segmentos da economia, forçando o presidente Lula a trocar a desqualificação deles no Brasil pela admissão explícita ontem (em solenidade comemorativa dos 60 anos da SBPC) da necessidade de corte das dotações dos ministérios no Orçamento da União de 2009. Também ontem, o relator da proposta do Orçamento, senador Delcídio Amaral, defendeu um corte de até 20%, ou R$ 12 bilhões, nas despesas de custeio do governo e a utilização da economia numa Reserva de Estabilização Fiscal, que seria criada como resposta à crise.
Algumas das muitas evidências dos reflexos da crise: - apesar de o Banco Central já ter injetado US$ 22,9 bilhões no mercado de câmbio, o dólar segue valorizando-se (ontem em cerca de 5%, para mais de R$ 2,30), enquanto o risco-Brasil, mantém-se acima dos 500 pontos; - férias coletivas das montadoras de automóveis; -a decisão da Petrobras de alongar seus investimentos, diluindo-os do período 2009/2013 para até 2020, anunciada pelo presidente Sérgio Gabrielli, de par com o reconhecimento de que a piora do cenário também prejudicará os planos para a exploração do pré-sal; – o adiamento para o final de novembro do leilão pela Aneel da linha de transmissão das hidrelétricas do rio Madeira.
Os efeitos da crise internacional começam a manifestar-se em múltiplos segmentos da economia, forçando o presidente Lula a trocar a desqualificação deles no Brasil pela admissão explícita ontem (em solenidade comemorativa dos 60 anos da SBPC) da necessidade de corte das dotações dos ministérios no Orçamento da União de 2009. Também ontem, o relator da proposta do Orçamento, senador Delcídio Amaral, defendeu um corte de até 20%, ou R$ 12 bilhões, nas despesas de custeio do governo e a utilização da economia numa Reserva de Estabilização Fiscal, que seria criada como resposta à crise.
Algumas das muitas evidências dos reflexos da crise: - apesar de o Banco Central já ter injetado US$ 22,9 bilhões no mercado de câmbio, o dólar segue valorizando-se (ontem em cerca de 5%, para mais de R$ 2,30), enquanto o risco-Brasil, mantém-se acima dos 500 pontos; - férias coletivas das montadoras de automóveis; -a decisão da Petrobras de alongar seus investimentos, diluindo-os do período 2009/2013 para até 2020, anunciada pelo presidente Sérgio Gabrielli, de par com o reconhecimento de que a piora do cenário também prejudicará os planos para a exploração do pré-sal; – o adiamento para o final de novembro do leilão pela Aneel da linha de transmissão das hidrelétricas do rio Madeira.
Quanto à percepção dos meios empresariais sobre as conseqüências da crise já este ano e em 2009, o primeiro indicador significativo, da CNI, foi divulgado ontem-ontem. Da Folha de S. Paulo, com o título “Confiança de empresários despenca: “A crise fez a confiança dos industriais brasileiros cair ao pior nível desde julho de 2005 e já indica pessimismo em relação ao desempenho da economia. O indicador geral ficou em 52,5 pontos, uma queda de 5,6 pontos em relação à pesquisa de julho e de 7,9 pontos na comparação com outubro do ano passado”. “Quando indagado sobre as condições atuais, os empresários não mudaram de opinião(positiva). Mas a percepção sobre as condição nos próximos seis meses caiu de 55,4 para 46,7 pontos. Segundo a metodologia da CNI, valores abaixo de 50 pontos indicam pessimismo”.
Na disputa das grandes cidades do Centro-Sul, Lula procura compensar fracasso do PT nas capitais
Paralelamente ao embate maior em torno da eleição dos prefeitos em dez capitais (inclusive as cinco mais importantes – São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador)) é intensa a batalha que se trava pelas prefeituras de 20 grandes cidades das Regiões Metropolitanas e do interior que também terão 2º turno no próximo domingo. Batalha que é especialmente acirrada nas que se localizam no Sudeste e no Sul por caracterizar-se pelo confronto entre candidaturas representativas do lulismo (do PT ou de aliados próximos) e dos partidos oposicionistas, inclusive o PMDB antipetista de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Dessas grandes cidades que estão sendo palco de forte confronto entre o lulismo e lideranças regionais e nacionais da oposição destacam-se Contagem, Juiz de Fora, Petrópolis, Santo André, São Bernardo do Campo, Guarulhos, São José do Rio Preto, Londrina, Ponta Grossa, Joinville, Pelotas e Canoas.
Para o presidente Lula, a conquista dos municípios em que se dá esse confronto compensaria a fragilidade evidenciada mais uma vez pelo PT no Sudeste e no Sul, mesmo com a intensa instrumentalização de sua alta popularidade. E atenuaria o impacto dos prováveis resultados adversos, no próximo domingo, das eleições de São Paulo e Porto Alegre (emblemáticas para o petismo e o lulismo) e também da de Florianópolis; bem como em Belo Horizonte e no Rio, de números finais que ele não poderá capitalizar, quaisquer que sejam, pois os ganhadores serão outros (restando Vitória como a única capital do Sudeste que elegeu um petista). Daí, o empenho com que o Palácio do Planalto está atuando em favor dos candidatos lulistas nesses municípios, empenho do qual os exemplos mais eloqüentes são mostrados em São Bernardo, Santo André e Guarulhos, em Contagem e Juiz de Fora, em Londrina e em Joinville, este último com embate entre o PT e o DEM, os demais entre o PT e o PSDB. E nas cidades do ABC paulista e de Guarulhos, com a intervenção pessoal de Lula, tendo em vista uma espécie de cerco (reforçado por Osasco, com prefeito reeleito do PT) à São Paulo antipetista que deverá eleger o candidato do governador José Serra, Gilberto Kassab.
Nenhum comentário:
Postar um comentário