Eliane Cantanhêde
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Barack Obama recebeu cumprimentos de todo o mundo, até do controvertido Irã, mas só deu nove telefonemas no primeiro lote de agradecimentos: para França, Reino Unido, Alemanha, Coréia do Sul, Israel, Japão, Austrália e os vizinhos Canadá e México -único agraciado da América Latina.
Isso diz muito do que tende a ser a política externa de Obama: não se esperem dele invasões de países alheios nem que dê de ombros para protocolos climáticos, mas talvez tenha sido excessiva a expectativa de mais abertura para emergentes.
Sai Bush, entra Obama, mas a crise migra de um para o outro e os EUA continuam sendo os EUA.
Como diz Celso Amorim, os EUA podem até ficar mais humildes com a crise, mas nunca serão franciscanos. Têm tanto poder que a tentação do unilateralismo está na alma, seja republicana, seja democrata.
Na primeira entrevista depois de eleito, Obama falou com simpatia dos "vira-latas, como eu", mas escolheu telefonar para os Buldogs, Hottweilers, Labradores e, claro, fez política de boa-vizinhança.
Onde ficam os orgulhosos emergentes? E o Brasil, líder da América do Sul? A região está e vai continuar fora do foco de Washington, até porque Obama tem prioridades na fila, desde costurar a classe média, esgarçada com menos 240 mil empregos num mês, até se mostrar para os parceiros que importam.
Para Amorim, a reunião do G-20 no próximo sábado será o "grande teste" do multilateralista Obama, cuja liderança será decisiva para mudar o funcionamento e a própria essência de organismos como o FMI. Eles sempre fiscalizaram os pobres, mas quem tem o poder sobre a vida de milhões são os ricos.
Amorim avisa que a reunião não pode ser só "para tirar foto", e Guido Mantega dispensa idas ao G-8 "só para o cafezinho". Mas, mesmo que consiga uns minutinhos com Obama, Lula vai a Washington justamente para isso: tirar foto e tomar cafezinho. Colombiano, claro.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
BRASÍLIA - Barack Obama recebeu cumprimentos de todo o mundo, até do controvertido Irã, mas só deu nove telefonemas no primeiro lote de agradecimentos: para França, Reino Unido, Alemanha, Coréia do Sul, Israel, Japão, Austrália e os vizinhos Canadá e México -único agraciado da América Latina.
Isso diz muito do que tende a ser a política externa de Obama: não se esperem dele invasões de países alheios nem que dê de ombros para protocolos climáticos, mas talvez tenha sido excessiva a expectativa de mais abertura para emergentes.
Sai Bush, entra Obama, mas a crise migra de um para o outro e os EUA continuam sendo os EUA.
Como diz Celso Amorim, os EUA podem até ficar mais humildes com a crise, mas nunca serão franciscanos. Têm tanto poder que a tentação do unilateralismo está na alma, seja republicana, seja democrata.
Na primeira entrevista depois de eleito, Obama falou com simpatia dos "vira-latas, como eu", mas escolheu telefonar para os Buldogs, Hottweilers, Labradores e, claro, fez política de boa-vizinhança.
Onde ficam os orgulhosos emergentes? E o Brasil, líder da América do Sul? A região está e vai continuar fora do foco de Washington, até porque Obama tem prioridades na fila, desde costurar a classe média, esgarçada com menos 240 mil empregos num mês, até se mostrar para os parceiros que importam.
Para Amorim, a reunião do G-20 no próximo sábado será o "grande teste" do multilateralista Obama, cuja liderança será decisiva para mudar o funcionamento e a própria essência de organismos como o FMI. Eles sempre fiscalizaram os pobres, mas quem tem o poder sobre a vida de milhões são os ricos.
Amorim avisa que a reunião não pode ser só "para tirar foto", e Guido Mantega dispensa idas ao G-8 "só para o cafezinho". Mas, mesmo que consiga uns minutinhos com Obama, Lula vai a Washington justamente para isso: tirar foto e tomar cafezinho. Colombiano, claro.
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