Paulo Justus e Márcia De Chiara
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
A crise de crédito e de consumo derrubou as exportações dos manufaturados brasileiros. As vendas externas desses produtos encerraram o primeiro bimestre com a maior queda em 20 anos, aponta a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Em janeiro e fevereiro, a receita de exportação de manufaturados recuou 34% na comparação com o mesmo período de 2008. A última queda anual ocorreu em 1999 e foi de 7%.
Da perda de US$ 6,6 bilhões nas exportações no primeiro bimestre de 2009 na comparação anual, quase 70% provêm dos manufaturados. Já os produtos básicos tiveram retração de 9,7% no bimestre. "O quadro é preocupante", diz o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro. Ele destaca que os manufaturados têm forte efeito multiplicador no emprego e na renda. Até os anos 90, a cada US$ 1 bilhão de manufaturados exportados eram gerados 50 mil empregos. Nos básicos, esse número não passava de 20 mil.
No primeiro bimestre, os manufaturados que apresentaram maiores quedas de exportação foram automóveis, com US$ 345,6 milhões; máquinas (US$ 192 milhões); bombas e compressores (US$ 163,6 milhões); aviões (US$ 119,9 milhões) e celulares (U$ 105,6 milhões), mostra levantamento do economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), Fernando Ribeiro. Ele observa que, se fosse pelo câmbio que se desvalorizou 20,8% nos últimos seis meses, a exportação de manufaturados deveria subir: "O tipo de crise que estamos vivendo, baseada na falta de crédito, tende a afetar investimentos e bens de consumo".
A Mabe, fabricante de eletrodomésticos com as marcas GE e Dako, por exemplo, teve queda de 15% nas exportações em fevereiro ante o mesmo mês de 2008. "Os números de fevereiro indicam que a crise atingiu os países emergentes", diz o presidente da companhia para o Mercosul, Patricio Mendizábal. No Brasil, a filial da empresa mexicana vende fogões para a América Latina e África.
Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) indica que a receita de exportação de eletrodomésticos caiu 31,6% no primeiro bimestre de 2009 na comparação anual. Os celulares sofreram tombo maior, de 44%; nos eletrônicos houve retração de 32,2%. De acordo com a sondagem, 68% das empresas consultadas viram a exportação recuar no período.
A redução na demanda externa provocou forte ajuste na produção das exportadoras. Em fevereiro, a Embraer demitiu 4,2 mil funcionários por causa da redução nas expectativas de vendas. Em novembro, planejava produzir 270 aviões este ano; agora prevê 242 entregas. Também a Embraco, que produz compressores e tem 70% do faturamento baseado nas exportações, reduziu em 5,7% o salário de 4,6 mil funcionários neste mês.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
A crise de crédito e de consumo derrubou as exportações dos manufaturados brasileiros. As vendas externas desses produtos encerraram o primeiro bimestre com a maior queda em 20 anos, aponta a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Em janeiro e fevereiro, a receita de exportação de manufaturados recuou 34% na comparação com o mesmo período de 2008. A última queda anual ocorreu em 1999 e foi de 7%.
Da perda de US$ 6,6 bilhões nas exportações no primeiro bimestre de 2009 na comparação anual, quase 70% provêm dos manufaturados. Já os produtos básicos tiveram retração de 9,7% no bimestre. "O quadro é preocupante", diz o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro. Ele destaca que os manufaturados têm forte efeito multiplicador no emprego e na renda. Até os anos 90, a cada US$ 1 bilhão de manufaturados exportados eram gerados 50 mil empregos. Nos básicos, esse número não passava de 20 mil.
No primeiro bimestre, os manufaturados que apresentaram maiores quedas de exportação foram automóveis, com US$ 345,6 milhões; máquinas (US$ 192 milhões); bombas e compressores (US$ 163,6 milhões); aviões (US$ 119,9 milhões) e celulares (U$ 105,6 milhões), mostra levantamento do economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), Fernando Ribeiro. Ele observa que, se fosse pelo câmbio que se desvalorizou 20,8% nos últimos seis meses, a exportação de manufaturados deveria subir: "O tipo de crise que estamos vivendo, baseada na falta de crédito, tende a afetar investimentos e bens de consumo".
A Mabe, fabricante de eletrodomésticos com as marcas GE e Dako, por exemplo, teve queda de 15% nas exportações em fevereiro ante o mesmo mês de 2008. "Os números de fevereiro indicam que a crise atingiu os países emergentes", diz o presidente da companhia para o Mercosul, Patricio Mendizábal. No Brasil, a filial da empresa mexicana vende fogões para a América Latina e África.
Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) indica que a receita de exportação de eletrodomésticos caiu 31,6% no primeiro bimestre de 2009 na comparação anual. Os celulares sofreram tombo maior, de 44%; nos eletrônicos houve retração de 32,2%. De acordo com a sondagem, 68% das empresas consultadas viram a exportação recuar no período.
A redução na demanda externa provocou forte ajuste na produção das exportadoras. Em fevereiro, a Embraer demitiu 4,2 mil funcionários por causa da redução nas expectativas de vendas. Em novembro, planejava produzir 270 aviões este ano; agora prevê 242 entregas. Também a Embraco, que produz compressores e tem 70% do faturamento baseado nas exportações, reduziu em 5,7% o salário de 4,6 mil funcionários neste mês.
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