DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Lucas de Abreu Maia
A subida de tom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chamou o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, de "babaca", é "muito preocupante", alerta o cientista político Amaury de Souza, sócio-diretor da MCM Consultores Associados. Segundo ele, a intensa troca de farpas entre lideranças do PT e do PSDB nesta semana indicam que a campanha presidencial já começou.
"A rigor o presidente não pode tomar partido em lutas eleitorais. Existe uma liturgia do cargo que precisa ser respeitada", diz. Ele nega, contudo, que este será o tom de toda a campanha. "O bate-boca em campanha tende a afastar o eleitor, que detesta essa prática."
Segundo Souza, para que a eleição presidencial ganhe o caráter plebiscitário desejado por Lula seria necessário que os potenciais candidatos do PT, a ministra Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra, estivessem mais próximos nas pesquisas de intenção de votos. No último levantamento do Ibope, em dezembro, Serra teria 35% dos votos contra 15% de Dilma.
"A eleição presidencial começará a despertar a atenção na grande massa de eleitores a partir de junho, quando serão realizadas as convenções partidárias", acredita Souza, acrescentando que cerca de 25% dos eleitores ainda se declaram indecisos. "Por enquanto, o bate-boca tem dois efeitos: chama atenção para a Dilma, mas também para todos os outros candidatos", opina. E afirma que a posição do governador paulista é confortável. "O presidente Lula já entrou na discussão. O Serra não precisa fazer o mesmo."
Quanto à estratégia petista de comparar os oito anos do governo Lula com a administração do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, ele alega ter dúvidas quanto à eficácia. "Me parece difícil que o eleitorado se lembre tanto do governo FHC a ponto de isso decidir uma eleição", diz.
A saída do governador mineiro Aécio Neves da corrida presidencial, que definiu a questão interna do PSDB e viabilizou a candidatura de Serra à Presidência, também ajudou a acendeu o bate-boca, segundo o cientista político. Ele aponta ainda como particularmente emblemática a declaração do presidente, na semana passada, de que era "capoeirista" e de que "vale chutar do peito para cima". "Mesmo que o presidente, no dia seguinte, tenha se dado conta do erro e pedido uma campanha de alto nível, o fato é que a intromissão dele levou à radicalização do senador Sérgio Guerra", opina.
Lucas de Abreu Maia
A subida de tom do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chamou o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, de "babaca", é "muito preocupante", alerta o cientista político Amaury de Souza, sócio-diretor da MCM Consultores Associados. Segundo ele, a intensa troca de farpas entre lideranças do PT e do PSDB nesta semana indicam que a campanha presidencial já começou.
"A rigor o presidente não pode tomar partido em lutas eleitorais. Existe uma liturgia do cargo que precisa ser respeitada", diz. Ele nega, contudo, que este será o tom de toda a campanha. "O bate-boca em campanha tende a afastar o eleitor, que detesta essa prática."
Segundo Souza, para que a eleição presidencial ganhe o caráter plebiscitário desejado por Lula seria necessário que os potenciais candidatos do PT, a ministra Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra, estivessem mais próximos nas pesquisas de intenção de votos. No último levantamento do Ibope, em dezembro, Serra teria 35% dos votos contra 15% de Dilma.
"A eleição presidencial começará a despertar a atenção na grande massa de eleitores a partir de junho, quando serão realizadas as convenções partidárias", acredita Souza, acrescentando que cerca de 25% dos eleitores ainda se declaram indecisos. "Por enquanto, o bate-boca tem dois efeitos: chama atenção para a Dilma, mas também para todos os outros candidatos", opina. E afirma que a posição do governador paulista é confortável. "O presidente Lula já entrou na discussão. O Serra não precisa fazer o mesmo."
Quanto à estratégia petista de comparar os oito anos do governo Lula com a administração do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, ele alega ter dúvidas quanto à eficácia. "Me parece difícil que o eleitorado se lembre tanto do governo FHC a ponto de isso decidir uma eleição", diz.
A saída do governador mineiro Aécio Neves da corrida presidencial, que definiu a questão interna do PSDB e viabilizou a candidatura de Serra à Presidência, também ajudou a acendeu o bate-boca, segundo o cientista político. Ele aponta ainda como particularmente emblemática a declaração do presidente, na semana passada, de que era "capoeirista" e de que "vale chutar do peito para cima". "Mesmo que o presidente, no dia seguinte, tenha se dado conta do erro e pedido uma campanha de alto nível, o fato é que a intromissão dele levou à radicalização do senador Sérgio Guerra", opina.
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