• Às vésperas da votação em 1º turno, campanhas de Doria, Russomanno, Marta e Haddad investem em bairros periféricos que concentram 2 milhões de eleitores
Pedro Venceslau Valmar Hupsel Filho Ricardo Galhardo - O Estado de S. Paulo
Os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo foram buscar votos em ex-redutos petistas localizados em bairros nos extremos da cidade na reta final da campanha antes da votação em primeiro turno. O principal foco das agendas desta sexta-feira e neste sábado e é a zona leste, região com mais de 2 milhões de eleitores e que em eleições anteriores registrou votações expressivas para candidatos do PT.
Segundo dados do Ibope e Datafolha, naquela região as intenções de votos vêm sendo divididas majoritariamente entre Celso Russomanno, do PRB, e João Doria, do PSDB. O deputado lidera em bairros como Guaianases, São Mateus e Cidade Tiradentes, enquanto o empresário está em primeiro lugar na Penha, Itaquera e São Miguel Paulista.
A candidata do PMDB, Marta Suplicy, também tem bom desempenho nesses bairros, enquanto o prefeito e candidato à reeleição, Fernando Haddad, do PT, tenta recuperar terreno. “Nosso foco é o cinturão vermelho, onde é importante recuperar os votos que são do PT”, disse Paulo Fiorillo, presidente municipal do partido e coordenador da campanha de Haddad.
O prefeito fez hoje uma caminhada com cerca 200 pessoas na Vila Bela, na região de São Mateus, após fazer campanha no centro da cidade ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No bairro da zona leste, caminhou por ruas que estão recebendo serviços de recapeamento e iluminação da Prefeitura. No final, concedeu uma entrevista na qual defendeu a ampliação da regulamentação fundiária.
Haddad vai neste sábado a Itaquera, mas pretende visitar também o Capão Redondo, no extremo da zona sul. A estratégia é ir a locais onde a Prefeitura realizou obras que não foram divulgadas ao longo da gestão.
Confusão. O candidato do PSDB, por sua vez, fez ontem uma passagem relâmpago pelo Mercado Municipal de Guaianases. Ao chegar ao local, Doria encontrou militantes ligados a vereadores do PT que faziam campanha no local. Houve um início de confusão quando os dois grupos começaram a se provocar puxando palavras de ordem.
“Eles se movimentaram sabendo da nossa agenda. Os petistas foram lá para tumultuar”, disse Julio Semeghini, coordenador político da campanha de Doria. “Essa acusação é infundada e irresponsável. O PT não tem essa prática, diferentemente do PSDB, que recorre a métodos questionáveis”, afirmou Fiorilo, sem explicar quais seriam os métodos.
Diante da confusão, o tucano subiu em sua van em poucos minutos. O veículo partiu com assessores pendurados na porta. A campanha de Doria vai enviar hoje centenas de cabos eleitorais para fazer “bandeiraços” e distribuir adesivos em diversos bairros da periferia.
‘Lado’. Já Marta programou para hoje uma carreata em Cidade Tiradentes e em seguida vai visitar São Miguel. Os dois bairros também estão localizados na zona leste. Ontem ela esteve no Jardim Damasceno e Jardim Ipanema, na região noroeste da cidade de São Paulo.
Marta reforçou o discurso de que mudou de partido, “mas não de lado”. “Eu posso ter saído, mudado de partido, mas mudado de valores e de lado, não”, afirmou a candidata. No Jardim Damasceno, visitou a Comunidade Capadócia, área pública invadida há pelo menos quatro anos, onde cerca de 3 mil famílias vivem em barracos com esgoto a céu aberto, sujeira e sem infraestrutura.
Para o deputado Gilberto Nascimento (PRB-SP), coordenador de campanha de Russomanno, a zona leste reúne três oportunidades para os candidato a prefeito. “Qualquer candidato que esteja em busca de votos tem de priorizar as zonas mais populosas. São também as regiões que têm muitos problemas e, por isso, dá ao candidato a oportunidade de apresentar suas propostas”, disse.
Russomanno percorreu ontem por mais de duas horas o bairro de São Mateus em carreata. Antes de subir no jipe, falou sobre sua proposta de oferecer subsídios para que empresas se instalem nas zonas periféricas da cidade. “A proposta é fazer com que as periferias se desenvolvam e que tenha comércio local para que não haja a necessidade de tantas pessoas se deslocarem para o centro”, disse.
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