- Folha de S. Paulo
Aécio Neves e Eduardo Campos celebravam há quatro anos a vitória em primeiro turno de seus candidatos nas eleições municipais de Belo Horizonte e do Recife.
Ambos saíram daquela eleição fortalecidos e praticamente definidos como os nomes de PSDB e PSB ao Palácio do Planalto para a votação que ocorreria dois anos depois.
O roteiro a seguir todos sabemos. Campos morreu tragicamente num acidente aéreo a dois meses da eleição presidencial. Aécio perdeu no segundo turno para Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.
De lá para cá, Aécio foi chamuscado pela Lava Jato, Dilma teve seu mandato cassado num processo de impeachment e o PMDB assumiu a Presidência com Michel Temer. Muita coisa mudou em pouco tempo.
O contexto local costuma naturalmente preponderar em campanhas municipais, mas é inevitável o vínculo do resultado nos principais colégios eleitorais do país com o xadrez da disputa presidencial de 2018.
Uma vitória de João Doria na briga pela prefeitura de São Paulo, por exemplo, representa, dentro e fora do PSDB, um empurrão à candidatura de Geraldo Alckmin ao Planalto.
Um resultado que coloca o governador paulista, padrinho de Doria, casinhas à frente de Aécio no tabuleiro da corrida tucana pela chapa.
O PT, por sua vez, terá de recalcular as pretensões nacionais se for confirmada a previsão de derrota esmagadora da sigla nas capitais e em outras cidades de relevância política.
Soma-se ao mais profundo drama da história petista a falta de um plano B diante do risco de Lula virar ficha suja com uma condenação na Lava Jato em segunda instância.
O PMDB tende a manter a primazia municipal nos rincões. Legendas da base do governo Temer devem levar a melhor na maioria das capitais.
O desafio do PMDB, na verdade, é outro. Para chegar em forma a 2018, mais do que ganhar prefeituras neste domingo (2), tem de resgatar uma economia que respira por aparelhos.
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