Clóvis Rossi
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - "Lex", coluna do jornal britânico "Financial Times", mistura informações e comentários com aquele humor cáustico que é uma especialidade britânica. O "melhor de Lex" de ontem abusava da causticidade já no título:
"O mundo sobrevive à Segunda-Feira do Derretimento" (tudo em maiúsculas no original). Sim, é surpreendente que o mundo não tenha acabado na segunda-feira, "quando a Câmara dos Representantes votou contra o plano Paulson [de Hank Paulson, secretário do Tesouro], (e) os mercados no mundo todo reagiram como se o prego final tivesse sido colocado no caixão da vida moderna".
Sensacional. Só os ingleses são capazes dessa irônica contundência no meio do velório global. Do meu ponto de vista, é alentador ver que aumenta, devagarinho, o coro dos que dizem que a crise é séria, sim, mas pode não ser o fim do mundo nem ter o tamanho que os mercados financeiros dizem que tem.
A propósito, "O melhor de Lex" acrescenta: "Naturalmente, os investidores exagerarão a melancolia do mesmo modo que a exuberância irracional reinou suprema nos bons tempos."
Na vida real, a situação é, sim, complicada, mas nem remotamente se parece ao derretimento apontado na segunda-feira e nos dias subseqüentes. Veja-se, a propósito, o extrato da crise que a Folha puxou ontem para a capa: "Mesmo que a Câmara aprove hoje [sexta-feira] o pacote, teme-se que a economia dos EUA não escape da recessão".
Teme-se? Meu Deus do céu, se houvesse, na vida real, o derretimento que o noticiário aponta nos mercados, não é que se deva temer uma recessão; ela já estaria instalada e, pior, estaríamos aceleradamente rumo à depressão. O melhor conselho é o velho "senta que o leão é manso".
Se não for, agora é tarde para correr.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - "Lex", coluna do jornal britânico "Financial Times", mistura informações e comentários com aquele humor cáustico que é uma especialidade britânica. O "melhor de Lex" de ontem abusava da causticidade já no título:
"O mundo sobrevive à Segunda-Feira do Derretimento" (tudo em maiúsculas no original). Sim, é surpreendente que o mundo não tenha acabado na segunda-feira, "quando a Câmara dos Representantes votou contra o plano Paulson [de Hank Paulson, secretário do Tesouro], (e) os mercados no mundo todo reagiram como se o prego final tivesse sido colocado no caixão da vida moderna".
Sensacional. Só os ingleses são capazes dessa irônica contundência no meio do velório global. Do meu ponto de vista, é alentador ver que aumenta, devagarinho, o coro dos que dizem que a crise é séria, sim, mas pode não ser o fim do mundo nem ter o tamanho que os mercados financeiros dizem que tem.
A propósito, "O melhor de Lex" acrescenta: "Naturalmente, os investidores exagerarão a melancolia do mesmo modo que a exuberância irracional reinou suprema nos bons tempos."
Na vida real, a situação é, sim, complicada, mas nem remotamente se parece ao derretimento apontado na segunda-feira e nos dias subseqüentes. Veja-se, a propósito, o extrato da crise que a Folha puxou ontem para a capa: "Mesmo que a Câmara aprove hoje [sexta-feira] o pacote, teme-se que a economia dos EUA não escape da recessão".
Teme-se? Meu Deus do céu, se houvesse, na vida real, o derretimento que o noticiário aponta nos mercados, não é que se deva temer uma recessão; ela já estaria instalada e, pior, estaríamos aceleradamente rumo à depressão. O melhor conselho é o velho "senta que o leão é manso".
Se não for, agora é tarde para correr.
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