Patrícia Campos Mello, Washington
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Após encontro com Hillary, presidente deposto de Honduras aceita costa-riquenho Oscar Arias como mediador
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o governante de facto, Roberto Micheletti, concordaram em se reunir amanhã na casa de Oscar Arias, presidente da Costa Rica. Arias, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1987 por liderar o acordo de paz que pôs fim à guerra civil em El Salvador e Nicarágua, será o mediador da crise em Honduras.
A ideia de trazer Arias para a negociação veio do governo americano. "Arias era a escolha natural para assumir esse papel", disse a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, após se reunir com Zelaya, ontem. "Esperamos que as negociações levem à restauração da ordem constitucional e democrática em Honduras."
Hillary tentou convencer Zelaya a não tentar voltar novamente para o país nos próximos dias para não provocar mais mortes. Segundo Hillary, em vez disso, o presidente deveria esperar pelas negociações mediadas por Arias. No domingo, quando o avião no qual ele viajava tentou pousar em Tegucigalpa e foi impedido, houve tumultos e uma pessoa morreu. "Vamos experimentar o diálogo e ver o que vai dar", disse Hillary.
Segundo a secretária de Estado, os EUA passaram vários dias tentando convencer a Organização dos Estados Americanos (OEA) e os envolvidos de que a melhor solução era pôr os hondurenhos para dialogar entre eles. A escolha de Arias foi considerada também uma alfinetada no secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que esteve em Honduras na semana passada. Insulza chegou a dar um "ultimato" a Micheletti, mas saiu de mãos vazias.
O governo de facto de Honduras começou a ceder porque está sob intensa pressão econômica. Segundo fontes, Tegucigalpa tem petróleo suficiente para apenas mais cinco dias. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, principal aliado de Zelaya, cortou na quinta-feira o fornecimento de petróleo subsidiado para o país, que no mês passado aderiu à Aliança Bolivariana para as Américas (Alba).
A missão de Arias será mediar um plano para que Zelaya volte a seu posto, com o compromisso de não tentar se reeleger. Micheletti disse estar muito feliz com a escolha do presidente costa-riquenho e afirmou estar "aberto para o diálogo". Em seguida ele recuou, dizendo que não iria à Costa Rica "negociar, mas conversar". Zelaya, por sua vez, disse que a reunião será "uma plataforma de retirada dos golpistas" e sua restituição.
O embaixador de Honduras em Washington, Roberto Flores Bermúdez - que ontem teve suas credenciais retiradas pelo Departamento de Estado -, disse que Micheletti agradeceu a Arias seu papel de mediador.
DIÁLOGO
"Estamos abertos ao diálogo, não queremos impor condições logo de cara", disse Flores, em um discurso mais conciliador do que o de Micheletti. Após o golpe, o embaixador declarou apoio a Micheletti e foi destituído verbalmente por Zelaya.
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO
Após encontro com Hillary, presidente deposto de Honduras aceita costa-riquenho Oscar Arias como mediador
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o governante de facto, Roberto Micheletti, concordaram em se reunir amanhã na casa de Oscar Arias, presidente da Costa Rica. Arias, que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1987 por liderar o acordo de paz que pôs fim à guerra civil em El Salvador e Nicarágua, será o mediador da crise em Honduras.
A ideia de trazer Arias para a negociação veio do governo americano. "Arias era a escolha natural para assumir esse papel", disse a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, após se reunir com Zelaya, ontem. "Esperamos que as negociações levem à restauração da ordem constitucional e democrática em Honduras."
Hillary tentou convencer Zelaya a não tentar voltar novamente para o país nos próximos dias para não provocar mais mortes. Segundo Hillary, em vez disso, o presidente deveria esperar pelas negociações mediadas por Arias. No domingo, quando o avião no qual ele viajava tentou pousar em Tegucigalpa e foi impedido, houve tumultos e uma pessoa morreu. "Vamos experimentar o diálogo e ver o que vai dar", disse Hillary.
Segundo a secretária de Estado, os EUA passaram vários dias tentando convencer a Organização dos Estados Americanos (OEA) e os envolvidos de que a melhor solução era pôr os hondurenhos para dialogar entre eles. A escolha de Arias foi considerada também uma alfinetada no secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que esteve em Honduras na semana passada. Insulza chegou a dar um "ultimato" a Micheletti, mas saiu de mãos vazias.
O governo de facto de Honduras começou a ceder porque está sob intensa pressão econômica. Segundo fontes, Tegucigalpa tem petróleo suficiente para apenas mais cinco dias. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, principal aliado de Zelaya, cortou na quinta-feira o fornecimento de petróleo subsidiado para o país, que no mês passado aderiu à Aliança Bolivariana para as Américas (Alba).
A missão de Arias será mediar um plano para que Zelaya volte a seu posto, com o compromisso de não tentar se reeleger. Micheletti disse estar muito feliz com a escolha do presidente costa-riquenho e afirmou estar "aberto para o diálogo". Em seguida ele recuou, dizendo que não iria à Costa Rica "negociar, mas conversar". Zelaya, por sua vez, disse que a reunião será "uma plataforma de retirada dos golpistas" e sua restituição.
O embaixador de Honduras em Washington, Roberto Flores Bermúdez - que ontem teve suas credenciais retiradas pelo Departamento de Estado -, disse que Micheletti agradeceu a Arias seu papel de mediador.
DIÁLOGO
"Estamos abertos ao diálogo, não queremos impor condições logo de cara", disse Flores, em um discurso mais conciliador do que o de Micheletti. Após o golpe, o embaixador declarou apoio a Micheletti e foi destituído verbalmente por Zelaya.
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