terça-feira, 26 de julho de 2011

Previ e BNDES bancam "superelétrica" em SP

Governo pressiona AES para fusão da Eletropaulo com a CPFL e a Elektro Americana AES quer levantar dinheiro para inviabilizar negócio; BNDES pode dilui-los na futura nova elétrica

Leila Coimbra

Toni Sciarretta

RIO/SÃO PAULO - A Previ, o BNDES e a construtora Camargo Corrêa negociam a fusão das três maiores distribuidoras de energia de São Paulo -Eletropaulo, CPFL e Elektro, que atuam na capital, interior e litoral- para criar uma "superelétrica".

A Camargo Corrêa e a Previ já são sócias na CPFL.

O mais difícil é incorporar a Eletropaulo, empresa multada por falhas no serviço, que está nas mãos dos americanos da AES e do BNDES.

Para isso, o BNDES quer vender sua participação de 49% na Brasiliana, holding que controla a Eletropaulo, para a Camargo Corrêa. Só que os americanos têm preferência para levar essa fatia e se opõem à fusão.

O presidente da AES, Britaldo Soares, disse à Folha que o Brasil é um país estratégico e que a empresa pretende ampliar sua atuação.

A Folha apurou que a AES tenta levantar dinheiro para inviabilizar a "superelétrica".

O BNDES também pode "diluir" a influência da AES na superelétrica -desenho semelhante à proposta de fusão de Pão de Açúcar e Carrefour, em que o grupo francês Casino passaria de controlador a minoritário da rede varejista.

Uma fonte disse à Folha que, em mais de 30 anos na área, nunca viu o setor elétrico sob tanta influência política: com multas e pressões na renovação de concessões e nas revisões tarifárias.

Donas da Elektro, a Previ e a espanhola Iberdrola negociam uma reestruturação societária para passar a distribuidora paulista à CPFL. Em contrapartida, a Previ sairia do Nordeste. As empresas não comentaram o negócio.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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