Partido quer passar de 400 a 5 mil sindicalistas filiados para núcleo servir de "interlocutor" com os trabalhadores
Angela Lacerda
RECIFE - Com apenas 400 dos 330 mil sindicalistas brasileiros filiados ao partido, o PSDB tem um plano ambicioso: chegar a 5 mil filiados até março. A meta é lançar sindicalistas como candidatos a deputado federal e estadual em todos os 27 Estados do País em 2014.
"Queremos trabalhadores disputando as eleições, e não somente fazendo campanha para os caciques", afirma o vice-presidente da Força Sindical, Melquíades Araújo. "Acordamos em tempo: ou organizamos os trabalhadores ou daqui a pouco vai ficar só o PT", completa o presidente em exercício do Núcleo Sindical do PSDB, Antonio de Sousa Ramalho, o Ramalho da Construção.
Suplente de deputado federal por São Paulo, Ramalho defende que, sem a participação do trabalhador na base, o PSDB não ganha a eleição presidencial. "A elite intelectual do partido tem dificuldade de se comunicar, de chegar ao povo. O núcleo sindical será interlocutor para levar as propostas do partido."
O núcleo sindical nacional tucano realizou ontem, no Recife, seu primeiro encontro, com a participação de representantes de 19 Estados - nem todos ainda filiados ao partido. São Paulo e Minas são os com maior estrutura. Dali sairão, já em 2012, sindicalistas tucanos candidatos a prefeito: dois em São Paulo e quatro em Minas.
Não há interesse em conquistar centrais sindicais, segundo o partido. O que importa é conquistar filiados, trabalhadores que divulguem as ideias e projetos do PSDB. Para isso, o Instituto Teotônio Vilela (ITV) vai montar cursos preparatórios com pré-candidatos a vereador em todas as regiões do País. Pesquisas tucanas revelam, segundo Ramalho, que só 40% dos trabalhadores creditam a estabilidade econômica ao PSDB. "E outros 40% a vinculam a Lula."
Melquíades tem uma visão mais rigorosa da situação. Para ele, o PSDB foi formado de cima para baixo e não se empenhou em chegar à massa. Agora, a meta é ter maior participação sindical. "Quem não entender isso tem que sair da sigla."
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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