Disputa começa apertada em BH
Primeira pesquisa do Instituto EmData mostra o prefeito Marcio Lacerda com cinco pontos percentuais à frente do ex-ministro Patrus: 34% a 29%. Os outros cinco candidatos somam 7%
Isabella Souto
Cinco dias depois do início da campanha pelo comando da capital mineira, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) e o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias (PT) aparecem na primeira rodada da pesquisa realizada pelo Instituto EMData com 34% e 29% das intenções de voto, respectivamente. A polarização, segundo os responsáveis pelo levantamento, pode ser explicada por dois fatores: ambos são bem conhecidos e aprovados pelos belohorizontinos e, até 30 de junho, a expectativa era que seus partidos disputassem juntos as eleições de outubro. Na modalidade espontânea, em que os nomes não são apresentados ao eleitor, os números foram 13% e 12%.
O levantamento foi realizado entre o dia 8 e ontem com 600 eleitores e tem margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos – daí o empate técnico entre Lacerda e Patrus. Considerando a margem de erro na estimulada, o prefeito teria entre 30% e 38% e Patrus, entre 25% e 34%.
Os demais cinco candidatos a prefeito estão bem abaixo na preferência do eleitorado: Vanessa Portugal (PSTU) foi apontada por 3% dos entrevistados, Maria da Consolação (PSOL), Pedro Paulo (PCO), Alfredo Flister (PHS) e Tadeu Martins (PPL) receberam cada um 1% das indicações de voto. O índice de indecisos e de quem vai anular o voto ou votar em branco soma 30%.
O equilíbrio entre Marcio Lacerda e Patrus Ananias se mantém até no índice de conhecimento dos candidatos: ambos são bem conhecidos por exatos 43% dos entrevistados. Entre aqueles que conhecem mais ou menos, o índice foi de 42% e 36%, respectivamente. Nunca ouviram falar do atual prefeito 1% daqueles que responderam ao questionário, enquanto 3% não sabem quem é o ex-ministro. O mesmo empate é verificado quando a pergunta se tratou do grau de aceitação dos candidatos: 38% elegeram um deles como o único em que votariam – 19% para cada um.
O eleitor de Lacerda, no entanto, tende a ser mais fiel, pois 38% admitiram que poderiam escolher outro nome, seis pontos percentuais abaixo dos 44% que indicaram a preferência pelo petista, mas com disposição para votar em outro. Já no quesito rejeição, Patrus levou a melhor: é reprovado por 24% dos entrevistados, enquanto 32% afirmaram que não votariam pela reeleição do socialista. "Talvez por estar na prefeitura, a rejeição do Lacerda é maior que a do Patrus, o que é normal", afirma o cientista político Adriano Cerqueira, coordenador do Instituto EMData.
Cerqueira lembra ainda que 45% dos entrevistados quer a continuidade da atual administração, 10 pontos percentuais acima dos 35% que pretendem votar no candidato de oposição. A participação do PT na atual administração pode acabar confundido o eleitor. Em 2008, as duas legendas se aliaram e o PT indicou Roberto Carvalho para vice-prefeito. "Com esse histórico de aliança, um pode acabar perdendo voto para o outro", analisa Adriano Cerqueira.
Mulheres A pesquisa mostra um ponto positivo para Patrus: a filiação ao partido apontado como o preferido de 25% dos entrevistados, o PT. Já Lacerda conta com o fato de ser o nome que representa oficialmente a continuidade e ainda tem a gestão aprovada por 63% dos eleitores.
A preferência dos candidatos entre homens é a mesma, 34% para cada, mas Lacerda leva vantagem em relação às mulheres: 34% das eleitoras estão dispostas a votar nele, enquanto 26% escolheram o petista. Por faixa etária, Lacerda tem mais aceitação entre os que estão na faixa etária entre 35 e 44 anos (39%) e menor entre aqueles com mais de 60 anos (26%). Este último grupo é justamente aquele em que Patrus recebeu o maior índice de aprovação, 35%. Na outra ponta, tem o menor percentual de votos entre jovens de 16 a 24 anos (17%). Segundo Adriano Cerqueira, o que pode explicar em parte esse número é o desconhecimento. Quando administrou a capital (entre 1993 e 1996), esses eleitores ainda eram crianças.
Para ganhar as eleições, o candidato deve dar mais atenção para a saúde, setor considerado o maior problema da capital para 45% dos entrevistados. A segurança pública é assunto prioritário para 14% dos belo-horizontinos e o combate ao tráfico de drogas para 9%.
Governo tucano
A pesquisa do EMData avaliou ainda o governo de Antonio Anastasia (PSDB). A gestão tucana é aprovada por 63% dos eleitores da capital – somados aqueles que a consideraram ótima, boa e regular positiva. Outros 25% desaprovam o governo e 11% são indiferentes à administração estadual.
Registro
A pesquisa do Instituto EMData – que completa 10 anos em 2012 – foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) com o número MG00136/2012 e contou com a consultoria técnica da empresa Giga Consultoria Ltda
FONTE: ESTADO DE MINAS
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