Depois da saída de Cid Gomes da sigla, Campos busca novos aliados
Fernanda Krakovics
BRASÍLIA - Vencida ontem a etapa dos expurgos no Rio, com a abertura de um processo de intervenção no diretório regional, e com a saída já acertada do governador Cid Gomes (CE) e de seu grupo político, o PSB parte para nova etapa de conquistar aliados e viabilizar palanques para o presidente do partido e pré-candida-to à Presidência da República, governador Eduardo Campos (PE). No Ceará, há uma queda de braço entre PT e PSB pela ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins. Nem Cid nem Cardoso foram à reunião em que Eduardo Campos avisou: — Ninguém é obrigado a ficar no partido. As pessoas podem fazer a disputa no voto, mas, se depois de derrotadas, não seguirem a decisão da maioria, não é um coletivo. Ou segue a decisão partidária, em respeito à democracia, ou então deixa o partido.
Isolada até agora pelo líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), Luizianne recebeu convite para ingressar no PSB e disputar o govemo do estado no ano que vem. Ela tem encontro marcado hoje no Rio, onde mora, com integrantes da Executiva Nacional do PSB,
Para tentar segurar à ex-prefeita no PT, a presidente Dilma Rousseff já teria oferecido, de acordo com pessoas próximas a Luizianne, assento nos conselhos de administração da Petrobras e do BNDES, cargo de comando numa subsidiária da BNDESPAR, no Rio, além de um cargo na Secretaria de Políticas para Mulher da Presidência da República, que tem status de ministério.
— Estamos conversando. Luizianne é guerreira, tem muito voto. E quer ver os Ferreira Gomes descendo a serra — disse Eduardo Campos a interlocutores ontem.
— Ela (Luizianne) está dando um tiro no pé se sair do PT. Quero que ela fique e aceite as regras — disse Guimarães.
Afilhado político dos Ferreira Gomes, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PSB), que derrotou o candidato apoiado por Luizian-ne, ironizou ontem o convite para filiação:
— Eu sucedi a Luizianne em sua trágica gestão, principalmente pela incapacidade de promover mudanças. Normalmente, o julgamento político é feito nas eleições.
Coube a Roberto Cláudio formalizar ontem, em reunião da Executiva Nacional do PSB, a intenção de Cid e seu grupo político de deixar o partido. Eles levam 38 prefeitos, quatro deputados federais e dez estaduais. Apoiadores da reeleição da presidente, a situação dos Ferreira Gomes ficou insustentável no PSB.
Fonte: O Globo
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