- O Estado de S. Paulo
A conflagração interna que vive o PSDB desde a exibição, na noite de quinta-feira, da propaganda nacional do partido em cadeia de rádio e TV deve resultar na volta de Aécio Neves ao comando da sigla, apenas para designar outro dos vice-presidentes para ficar no lugar do senador Tasso Jereissati até dezembro, quando acontece a convenção nacional dos tucanos.
Ministros, deputados, prefeitos, governadores e senadores tucanos reagiram com indignação ao programa de TV, que elenca erros do partido, insinua que seus integrantes foram “cooptados” para apoiar Michel Temer, associa o PSDB ao fisiologismo e à Lava Jato e propõe, sem que haja consenso interno, a adoção do parlamentarismo.
Os tucanos esperam que, isolado, o próprio Tasso tome ainda nesta sexta-feira a iniciativa de deixar a presidência interina da legenda. Assim, caberia a Aécio reassumir — Tasso não pode designar outro para seu lugar — e escolher outro dos vices para o período tampão de três meses.
O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, também vice do PSDB, é a única opção descartada pelas lideranças tucanas, uma vez que tem “arestas” tanto com o governador Geraldo Alckmin quanto com o prefeito paulistano, João Doria Jr., os dois principais pré-candidatos do PSDB à Presidência.
A propaganda foi decidida por Tasso e produzida por publicitários ligados ao senador cearense, sem consulta às instâncias internas do partido e a seus vários caciques. Quando reassumiu o mandato no Senado, Aécio questionou Tasso sobre o programa, e ouviu em resposta que ele já estava finalizado.
Nos últimos dias, diante do vazamento do conteúdo da peça publicitária, ganhou corpo no PSDB o movimento para destituir Tasso, que atingiu o ápice nas últimas horas.
Tasso deverá estar na manhã desta sexta com João Doria, que vai a Fortaleza dentro da série de viagens que tem feito por cidades do Norte e do Nordeste.
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