Mineiro destaca que situação atual pode ser revertida
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, procurou ontem minimizar sua própria declaração sobre a maior probabilidade de o governador de São Paulo, José Serra, ser o escolhido na disputa interna pela indicação do candidato do PSDB à Presidência. Afirmando que sua frase foi descontextualizada, o mineiro disse que a avaliação refere-se ao momento.
"Hoje, se você analisar as pesquisas, o Serra tem maior probabilidade eleitoral. Mas isso não significa que daqui a três meses o quadro vai ser esse, que daqui a seis meses, quando fizermos uma avaliação mais geral com relação inclusive à possibilidade de construirmos alianças, o quadro vai ser esse", disse, insistindo no argumento de que possui mais capacidade de agregar aliados para se contrapor à liderança do tucano paulista nas intenções de voto.
Embora esteja em um patamar inferior ao de Serra nas pesquisas, Aécio tenta provar internamente que possui maior capacidade de crescer junto ao eleitorado. Para isso, prega a definição de bandeiras visando ao período pós-Lula, uma "nova convergência" e uma "nova concertação política".
"Que fuja dessa radicalização e dessa polarização, que coloca de um lado o PT e seus aliados e de outro o PSDB", destacou, lembrando a aliança que firmou no ano passado com o petista e ex-prefeito Fernando Pimentel na eleição municipal em Belo Horizonte. "Sabíamos que existiria no passo seguinte uma dificuldade de estarmos juntos porque o prefeito Pimentel é do PT, apoiará naturalmente a candidatura do seu partido e eu estou no outro campo. Mas nem por isso somos inimigos políticos".
Para o mineiro, as ações de petistas e tucanos não podem eternamente se nortear pelo "jogo da disputa pelo poder". "O PT vai ficar de um lado aliado com partidos com os quais ele tem menos identidade do que com o PSDB e daí por diante?", questionou o governador, um dia depois de apontar "ineficiência" e criticar o que chamou de "aparelhamento" da máquina administrativa no governo Lula. Aécio e Serra se encontram hoje em Belo Horizonte.
Colaborou Raquel Massote
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