segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Agenda de Lina será arma contra Dilma

DEU EM O GLOBO

Oposição quer confrontar ministra

BRASÍLIA e NATAL. A oposição pretende usar a suposta aparição da agenda de Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, como arma eleitoral contra a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Segundo reportagem da "Veja", Lina achou a agenda com a anotação sobre o encontro com Dilma, que teria sido em 9 de outubro de 2008. Na agenda haveria a anotação: "Dar retorno à ministra sobre a família Sarney".

Procurada em Natal, Lina não foi localizada. Seu marido, o publicitário Alexandre Firmino, disse que ela não comentaria o caso, já que teve muito desgaste ao tornar público o suposto encontro. A assessoria de Dilma, procurada, não retornou.

Parlamentares do DEM e do PSDB disseram ontem que a ministra terá que se explicar sobre a suposta anotação na agenda. Os oposicionistas aproveitarão o episódio para tentar colar em Dilma um carimbo de mentirosa. São cautelosos, porém, sobre nova convocação de Lina ou da ministra.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o caso Lina deve ser lembrado junto com outras polêmicas que envolveram Dilma, como o dossiê sobre gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e a afirmação, em seu currículo, de que ela teria títulos acadêmicos, mas de fato não concluiu os cursos.

- A agenda comprova que a ministra mentiu. Isso reitera que ela usa a mentira como arma para acobertar equívocos e irregularidades do governo - acusou Dias.

O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), prometeu cobrar uma manifestação da ministra.

- Ela não pode ficar calada. Por que essa veemência toda em negar o encontro? Ou porque teve alguma coisa grave, ou porque o objetivo é inconfessável - disse.

O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) também defendeu que o caso seja explorado pela oposição em 2010.

- Na hora em que a ministra sair da sombra do presidente Lula, a história vai ressurgir. Isso dá um bom material para a campanha - disse.

Apesar das críticas, os parlamentares admitiram que a repercussão do caso no Congresso deve ficar restrita a discursos contra a ministra. Lina depôs em agosto na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, mas sua fala foi considerada frustrante pela oposição.

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