• Em depoimento à Justiça Federal, ex-presidente da estatal afirma que Paulo Roberto Costa ‘era um técnico com tradição na companhia’
Fausto Macedo e Mateus Coutinho – O Estado de S. Paulo
O ex-presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, declarou à Justiça Federal nesta segunda feira, 15, que “a decisão sobre a composição da diretoria (da estatal petrolífera) é feita no âmbito do governo”.
Gabrielli foi ouvido como testemunha em um dos processos contra o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Indagado sobre a nomeação do engenheiro Paulo Roberto Costa para o cargo de diretor de Refino e Abastecimento da Petrobrás, Gabrielli afirmou. “O presidente da Petrobrás é comunicado, as razões e motivações são problemas internos ao governo.”
Paulo Roberto Costa é réu em duas ações criminais da Lava Jato, por lavagem de dinheiro desviado da Petrobrás, no âmbito das obras da Refinaria Abreu e Lima (PE).
A audiência de Gabrielli foi realizada por vídeo conferência em Salvador (BA) – atualmente, ele ocupa o cargo de secretário de Estado do Planejamento da Bahia.
Gabrielli foi arrolado como testemunha pela defesa do doleiro Alberto Youssef, réu em cinco ações penais da Lava Jato.
O ponto central do depoimento de Gabrielli foi a indicação de Paulo Roberto Costa para um das mais importantes cadeiras da estatal.
A PF sustenta que ele chegou ao posto por influência do ex-deputado José Janene (PP/PR), morto em 2010. Janene era sócio de Youssef.
Gabrielli disse que não tinha conhecimento que Paulo Roberto Costa foi nomeado por indicação de Janene. “Isso circulou na imprensa, mas eu não participei de nenhum processo desse tipo”, afirmou o ex-presidente da estatal.
O juiz Sérgio Fernando Moro, que trabalha em Curitiba (PR) e tomou o depoimento de Gabrielli, perguntou a Gabrielli se as nomeações não têm que passar pelo crivo do Conselho de Administração. “No Conselho de Administração é apresentado nome. O Paulo Roberto Costa era um técnico de carreira com uma tradição na companhia. Vinha da área de exploração e produção, não era da área de refino, foi apresentado pelo Conselho e foi aprovado pelo Conselho.”
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