Lillian Ventunrini e Cristiane Agostine / Valor Econômico
Dois terços dos entrevistados avaliam que nem Lula nem Bolsonaro deveriam ser candidatos em 2026
Com recorde
de desaprovação de seu governo, de 57%, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu
sua vantagem eleitoral diminuir em relação aos adversários em um eventual
segundo turno das eleições de 2026, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada
nesta quinta-feira (5). O presidente e pré-candidato à reeleição aparece
empatado, dentro da margem de erro do levantamento, com outros cinco
pré-candidatos: o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos),
a ex-primeira-dama Michelle
Bolsonaro (PL), governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD) e o
governador do Rio Grande do Sul, Eduardo
Leite (PSD).
Dos oito cenários de eventual segundo turno testados na pesquisa, Lula está na liderança, fora da margem de erro, em relação ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao governador de Minas, Romeu Zema (Novo), e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
Entre março, quando
foi feita a pesquisa anterior, e maio, a preferência do eleitor por Lula
diminuiu nos oito cenários testados pelo instituto. O período coincide com a
revelação do esquema de fraudes em descontos na folha de aposentados e
pensionistas do INSS, vinda à tona em 23 de abril.
A redução mais sensível foi contra Bolsonaro.
É a única a superar a margem de erro. O petista
tinha 44% das intenções e agora registrou 41%, mesmo resultado obtido pelo
ex-presidente, que oscilou um ponto para cima.
No cenário em que a disputa seria contra
o Tarcísio de Freitas (Republicanos),
Lula oscilou dois pontos para baixo, de 43% para 41%. Já o governador paulista
passou de 37% para 40%. O governador paulista é cotado como uma alternativa
para o campo da direita, mas até o momento Bolsonaro não indicou quem apoiará.
Em declarações públicas, Tarcísio costuma dizer que disputará a reeleição em
São Paulo.
O instituto vem testando outros dois nomes
que poderiam ter o aval do ex-presidente. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL)
oscilou um ponto para cima, com 39%, ante 43% de Lula, que nesse cenário perdeu
um ponto percentual. Já o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
repetiu os 34% verificados nas duas pesquisas anteriores. São dez pontos a
menos que Lula, que há dois meses tinha 45% e agora ficou em 44%. Na semana
passada, o filho
do ex-presidente declarou à revista "Veja" que aceita disputar o
Planalto se o pai der o aval.
No grupo de governadores que tentam ocupar o
campo da direita, Ratinho
Junior (PSD), do Paraná, está empatado no limite da margem de
erro com Lula em um eventual segundo turno. Nesse cenário, o presidente tem 40%
e Ratinho, 38%. Também pré-candidato pelo PSD, o governador do Rio Grande do
Sul, Eduardo Leite aparece
com 36% e Lula com 40%, em outro cenário testado pelo instituto de pesquisa.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), oscilou de
31% para 33%. Contra ele, Lula tem 42%, um ponto a menos do que em março. O
governador de Goiás, Ronaldo
Caiado (União), avançou de 30% a 33%, dez pontos atrás de Lula
(43%).
O instituto entrevistou presencialmente 2.004
eleitores entre 29 de maio e 1 de junho, em 120 municípios. A margem de erro é
de 2 pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de
95%. Não houve divulgação de cenário eleitoral de
primeiro turno.
Pesquisa espontânea
Na pesquisa espontânea para a Presidência,
quando o entrevistador não apresenta nenhum nome de pré-candidato, Lula foi
citado por 11%, seguido por Bolsonaro, com 9%. Tarcísio foi mencionado por 1%,
mesmo percentual dos que falaram outros nomes; 3% disseram que vão votar em
branco, anular ou não vão votar e 75% afirmaram estar indecisos.
Nem Lula nem Bolsonaro
Uma fatia semelhante de eleitores, de dois
terços dos entrevistados, avalia que Lula e Bolsonaro deveriam ficar fora da
disputa presidencial de 2026.
Em relação ao presidente Lula, o percentual
daqueles que acham que ele não deveria ser candidato à reeleição aumentou de
62% para 66% em relação à pesquisa de março. Aqueles que acham que o presidente
deveria tentar um novo mandato foram de 35% para 32%.
Sobre Bolsonaro, 65% afirmaram que o
ex-presidente, inelegível, deveria desistir da pré-candidatura agora e apoiar
outro nome. Outros 26% acham que ele deve manter a pré-candidatura, mesmo
estando inelegível neste momento e 9% não responderam.
Candidato da direita
Se Bolsonaro não concorrer à Presidência, o
candidato da direita deveria ser Tarcísio de Freitas para 17% dos
entrevistados. Em março, eram 15%. Michele Bolsonaro aparece na sequência, com
16% das menções (eram 14% na pesquisa anterior). Ratinho Junior está em
terceiro lugar, com 11% (eram 9%); Pablo Marçal, que está inelegível, é
mencionado por 7%, seguido por Ronaldo Caiado, por 5%. Eduardo Bolsonaro tem 4%
das citações, mesmo percentual de Eduardo Leite. Romeu Zema deveria ser o nome
da direita para 3% e 2% falaram que deveria ser um outro nome. Para 16%, nenhum
desses e 15% não responderam.
Medo
Os entrevistados foram questionados sobre o
que eles mais têm medo: Lula continuar ou Bolsonaro voltar. Para 45%, o maior
medo é o retorno do ex-presidente e para 40% é um novo mandato de Lula.
Rejeição
Lula e a família Bolsonaro têm os maiores percentuais de rejeição entre os pré-candidatos. Dos entrevistados, 57% disseram que conhecem e não votariam em Lula, 56% não escolheriam Eduardo Bolsonaro, 55% que não votariam em Jair Bolsonaro e 51% rejeitam Michelle Bolsonaro. Dos que disseram conhecer Tarcísio, 33% não votariam. A rejeição de Ratinho Junior é de 29%.
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