Cristiane Agostine | Valor Econômico
SÃO PAULO - Cotado para ser vice do presidenciável Aécio Neves (PSDB), o líder do partido no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), chamou nesta quarta-feira a presidente Dilma Rousseff de “faxineira” e de “falsa moralista”. Em nota divulgada pelo PSDB nacional, Aloysio criticou a política de alianças feita por Dilma para disputar a reeleição neste ano e afirmou que a campanha petista é feita sob tutela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na nota, o líder do PSDB no Senado respondeu à crítica feita pela presidente Dilma ao PTB, que recuou na última hora do apoio à petista para aliar-se a Aécio Neves. Ao participar nesta quarta-feira de convenção do PSD, Dilma disse que “a lealdade é a base da política” e afirmou que “tem uma certa esperteza que tem vida curta”, em referências indiretas ao PTB.
Para Aloysio, a presidente “não conseguiu firmar-se como líder do país”. “A fama de gestora foi desmentida pela mediocridade do seu governo. Que faxineira é essa que traz de volta ao seu regaço os que haviam sido dele excluído com estardalhaço?”, afirmou o líder do PSDB no texto divulgado.
“Às favas com as razões éticas alardeadas à época da faxina: agora vale tudo em troca de alguns segundos de propaganda na TV. Para esse mesmo fim, Dilma, nos últimos dias, raspou o tacho do fisiologismo para aplacar o apetite insatisfeito de aliados descontentes, prestes à defecção”, disse o senador tucano. “Líder, gestora, faxineira: nada disso ela é”, completou.
Aloysio criticou Dilma por ter falado sobre a lealdade na política e disse que a presidente fez uma “vasta e subterrânea operação de aliciamento eleitoral com recursos públicos” para obter o apoio de partidos para sua campanha à reeleição.
“Na final de sua homilía, a falsa moralista saiu-se com uma surra do aforismo: a esperteza tem pernas curtas. Tem razão. E é por isso que seu governo também tem perna curta”, disse o senador, afirmando em seguida que a presidente não deve se reeleger nesta eleição.
Leia a íntegra da nota
“A presidente Dilma tentou firmar-se como líder do país e não conseguiu: faz campanha mais uma vez sob a tutela de Lula. A fama de gestora foi desmentida pela mediocridade do seu governo. Que faxineira é essa que traz de volta ao seu regaço os que haviam sido dele excluído com estardalhaço?
Às favas com as razões éticas alardeadas à época da faxina: agora vale tudo em troca de alguns segundos de propaganda na TV. Para esse mesmo fim, Dilma, nos últimos dias, raspou o tacho do fisiologismo para aplacar o apetite insatisfeito de aliados descontentes, prestes à defecção.
Líder, gestora, faxineira: nada disso ela é.
Pois não é que agora pretende posar de moralista?
Discorreu hoje sobre as virtudes da sinceridade e da lealdade na ação política. Nem bem concluiu os últimos retoques de uma vasta e subterrânea operação de aliciamento eleitoral com recursos públicos exalta, na convenção do PSD, a prevalência das convicções sobre as conveniências.
E tudo isso ao lado do ex-prefeito Gilberto Kassab, aliado correto que, há dois dias, fora impiedosamente vaiado na convenção do PT na presença da mesma presidente Dilma.
Na final de sua homilia, a falsa moralista saiu-se com uma surra do aforismo: a esperteza tem pernas curtas. Tem razão. E é por isso que seu governo também tem perna curta: vai acabar no próximo 31 de dezembro, sem direito à prorrogação."
Aloysio Nunes Ferreira (SP)
Líder do PSDB no Senado
Brasília, 25 de junho de 2014
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