- Folha de S. Paulo
Dilma reagiu no segundo tempo e emplacou o apoio oficial do Pros, do PP e do PSD e deu a alma, além dos Transportes, para segurar o PR. Trocou um baiano por outro e ficou com o PR, ou melhor, com o tempo de TV do partido.
Dilma também conseguiu uma brecha para minimizar as perdas no Rio para Aécio Neves. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) rebelou-se contra seus múltiplos criadores, criticou a "bacanal eleitoral" e tenta mobilizar prefeitos em torno de Dilma.
A campanha da presidente registra ainda que há resistência de parte do PTB à aliança com Aécio e que o partido, independentemente da decisão da cúpula nacional, segue com o PT em um terço dos Estados.
Pode-se dizer, portanto, que Dilma tende a sair desta semana melhor do que entrou, mas isso implica enormes custos políticos, administrativos e até emocionais (ter de engolir em seco e trocar ministro sem querer...). E é só uma parte de toda a história.
Quando se fala em "apoio oficial", deve-se ter cuidado para traduzir corretamente. Significa que os partidos dão seu tempo de TV para Dilma, Aécio ou Eduardo Campos durante a propaganda eleitoral dita gratuita. Mas não, necessariamente, que esse apoio e esse tempo de TV vão converter em palanques estaduais. Muitíssimo menos, em fidelidade. Fidelidade em política? Que bicho é esse?
O PMDB deu o seu enorme tempo de TV para Dilma e ganhou em troca a manutenção de Michel Temer como vice na chapa. Enquanto isso, os pemedebistas se esbaldam nas mais variadas alianças estaduais e assumem o namoro com Aécio ou Eduardo Campos no Rio, na Bahia, no Piauí, no Rio Grande do Sul.
O PR cobra caro, o PSD é o PSD, no PP a decisão teve de ser a portas fechadas, Dilma prega a "paz", mas o Pros já chega atacando Marina Silva, e o PDT tem o Ministério do Trabalho quando o emprego formal em maio é o pior para o mês em 22 anos. Todos eles "estão", mas não "são" exatamente Dilma e PT.
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