A PF em Curitiba intimou a mulher do ex-presidente Lula, Marisa Letícia, e o filho mais velho, Fábio Luís, para depor sobre o sítio de Atibaia.
PF intima mulher e filho de Lula a depor
• Marisa Letícia e Lulinha serão ouvidos no inquérito sobre sítio de Atibaia
- Globo
-SÃO PAULO- A mulher do ex-presidente Lula, Marisa Letícia, e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foram intimados a depor pela Polícia Federal no processo que investiga a ligação do petista com a compra e a reforma de um sítio em Atibaia, São Paulo. Dois sócios de Lulinha que aparecem como proprietários do sítio, Fernando Bittar e Jonas Suassuna, também foram intimados.
A PF entrou em contato com a defesa de Marisa Letícia e Lulinha na última quinta-feira, mas não obteve retorno. O advogado de Suassuna informou à PF que faria contato com seu cliente para agendar o depoimento. Só o depoimento de Bittar foi marcado.
A PF também pediu aos seus peritos que façam a análise econômico-financeira do patrimônio de Lulinha, Bittar, Suassuna e de outro filho de Lula, Luís Cláudio. Os policiais questionam se há compatibilidade na movimentação financeira e na evolução patrimonial dos investigados com seus rendimentos declarados.
O delegado Marcio Adriano Anselmo solicitou ainda um exame para descobrir se Bittar e Suassuna possuíam lastro patrimonial para adquirir e reformar o sítio em Atibaia. O terreno do imóvel é dividido em duas propriedades, uma em nome de cada um.
Em relação a Lulinha e Luís Cláudio, a Polícia Federal pediu uma análise que apure se os filhos do ex-presidente possuem registros do pagamento de aluguel de dois imóveis. Em relação a Lulinha, o imóvel investigado é um apartamento na Zona Sul de São Paulo. A propriedade pertence a Suassuna, sócio de Lulinha na BR4 Participações. Bittar é sócio de Lulinha na G4 Entretenimento.
Outros depoimentos realizados no âmbito da investigação também foram anexados ao processo, entre eles o de Celso Silva Vieira Prado, que trabalha com a família Bittar há mais de 20 anos. Ele afirmou que faz visitas constantes às propriedades da família, mas não conhecia o sítio de Atibaia.
Em depoimento prestado em março à PF, Rogério Pimentel, ex-assessor da Presidência, confirmou ter pegado envelopes com dinheiro das mãos do engenheiro Frederico Barbosa, duas vezes, para pagar materiais de construção usados no sítio, mas disse não saber que ele era funcionário da Odebrecht.
Pimentel confirmou ter recebido um pedido de Marisa para acompanhar o andamento das obras do sítio, mas disse que nunca ouviu alguém dizer que a propriedade era da família Lula. Para ele, o sítio era de Bittar, e o interesse de Marisa era vinculado à necessidade de ter onde guardar os presentes que Lula ganhou enquanto presidente.
Já Paulo Marcelino Coelho, motorista que transportou, em janeiro de 2016, objetos de Lula de um depósito da empresa Granero para um galpão do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo, afirmou que estranhou o fato de a marca da transportadora ter sido retirada das caixas. (Dimitrius Dantas, estagiário sob supervisão de Flávio Freire)
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