No Senado, 27 vagas estarão em jogo em 2014. Medalhões tentarão renovar mandato, outros anunciam saída da vida pública
Bruna Serra
Enquanto a eleição presidencial de 2014 esquenta o cenário político, uma outra disputa promete ganhar fôlego ainda na fase de negociação das candidaturas presidenciais. A partir de 31 de janeiro de 2015, o Senado passará por uma renovação de 27 de seus 81 membros eleitos em 2006 para um mandato de oito anos. Nomes que vem atuando de forma intensa na Câmara Alta precisarão voltar às ruas se quiserem disputar a reeleição, como o ex-presidente da Casa, José Sarney (PMDB - AP), o senador de oposição Álvaro Dias (PSDB-PR), o petista Eduardo Suplicy (SP) e o alagoano Fernando Collor (PTB) (confira na arte). Quadro histórico no PMDB e cumprindo seu terceiro mandato consecutivo, Pedro Simon (PMDB-RS) já sinalizou que não deve pleitear a reeleição.
Voz atuante da oposição ao governo federal, o senador Álvaro Dias afirma que ainda não tem uma definição se disputará reeleição. Pondera a possibilidade de concorrer ao governo do Paraná - que foi aventada também em 2010. Atualmente comandando pelo governador Beto Richa (PSDB), o cargo foi alvo de crise interna no PSDB na eleição estadual que passou. A cautela de Dias tem razão de ser. Seu irmão, Osmar Dias (PDT), foi derrotado pelo atual governador em 2010. Apesar de atuarem no mesmo partido, o senador e o governador estiveram em lados opostos durante a eleição. Richa foi eleito com 52% dos votos válidos.
"Estou vivenciando a fase de consultas, conversando com os aliados, de avaliação se o melhor caminho é disputar a reeleição. Alguns senadores já estão com seus futuros definidos, mas para mim ainda é cedo", pondera. Dias prevê que até o final deste primeiro semestre tome sua decisão. "Daqui a uns dois meses é que poderei falar com segurança de minha decisão. Há que se aguardar um pouco", coloca o tucano.
Dizendo-se totalmente disposto a enfrentar a campanha pela reeleição, Eduardo Suplicy comemorou na última terça-feira a notícia de que o Partido dos Trabalhadores pretende apoiar suas aspirações. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, havia afirmado no final de 2012 que a vaga ocupada hoje por Suplicy poderia ser ofertada a um dos partidos aliados da base Dilma Rousseff (PT). "Mas essa semana (passada), durante a reunião da bancada, o líder, senador Wellington Dias (PI), garantiu que o ex-presidente Lula e o presidente Rui Falcão entendem que tenho direito de disputar a reeleição e que meu mandato tem estado a favor daqueles que precisam", contou Suplicy. Ele argumenta que levou ao conhecimento das lideranças petistas sua postura atuante no Senado. Relembrou aos correligionários que desde 2006 figura na lista dos melhores senadores de acordo com a relação publicada pelo site Congresso em Foco.
"Estou muito animado essa decisão de meu partido. Quero fazer uma campanha bonita e aguerrida", completou. Eduardo Suplicy foi um dos petistas que esteve no lançamento do Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva tenta fundar. Chegou-se a especular que ele estaria flertando com a nova legenda e um eventual plano seria migrar para o Rede caso o PT não se convencesse de sua reeleição. "Não pensava nisso", assegura.
Decidido a deixar a cadeira que ocupa há três mandatos consecutivos no Senado federal, ou seja, ao longo de 24 anos como senador, Pedro Simon (RS) defende que esses 27 novos integrantes que chegam em 2014 ao Senado venham com o compromisso de renovação. "Quando acabar este meu mandato estarei com 85 anos, estou cansado e cheio de críticas à política brasileira. Então, coloquei minha vaga à disposição do PMDB. Quem o partido escolher, qualquer um, terá meu apoio", garante.
Simon, entretanto, assegura que caso seja convocado para cumprir mais um mandato para ajudar o partido, não se negará. Diz que não quer ouvir de seus pares que não terá chances de se reeleger. "Mas o natural é me retirar. Somente se for uma questão de diminuir o espaço do PMDB, como missão partidária, eu enfrentaria", reforça.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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