• Reforma pacifica aliados e reduz risco de impeachment, mas finanças não estão resolvidas
Ilimar Franco - O Globo
A reforma administrativa e fiscal da presidente Dilma tem efeitos simbólicos e políticos. A imagem junto à população é que o governo acabou com 8 ministérios, 30 secretarias e 3 mil cargos. Isso pode não ter impacto financeiro, mas tem um efeito simbólico relevante.
O risco do impeachment ficou menor. A reforma consolidou o apoio do PMDB e trouxe para a base governista o PDT, que havia se declarado independente. O apoio dessas duas bancadas, mais o PT e o PCdoB, garantem um núcleo mínimo de cerca de 143 votos fiéis ao Planalto.
Esse número não é suficiente para manter vetos da Presidência, mas afasta o fantasma do impeachment. Para aprovar o afastamento da presidente, e o julgamento pelo Senado, a oposição tem que chegar aos 342 votos. Para impedir, o governo precisa de 172 votos.
Para barrar a meta da oposição, o governo precisa pescar mais 29 votos. Essa pescaria será feita em cima de 195 deputados do PP (39), do PR (34), do PSD (34), do Bloco do PRB (38), do PDT (25) e do PTB (25). Todos esses partidos têm ministros no governo.
A situação só não está em velocidade de cruzeiro, porque o governo Dilma não se livrou, nem vai se livrar tão cedo, da crise econômica. O aumento da inflação e do emprego. A redução de investimentos e da confiança dos mercados. A possibilidade de a crise afetar os programas sociais continuam acossando o mandato da presidente Dilma.
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