terça-feira, 25 de julho de 2023

Alvaro Costa e Silva - Perto do centrão, Augusto Aras é moleza

Folha de S. Paulo

Em troca da governabilidade, o governo cederá espaço para quem apoiou Bolsonaro

Membro do Ministério Público Federal desde 1987, subprocurador-geral da República e atual vice-presidente-procurador-geral eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco é o favorito para assumir a chefia da Procuradoria-Geral da União. Bonet defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro no TSE e é o candidato apoiado por dois ministros do Supremo, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. No entanto, só se fala em Augusto Aras. Um balão de ensaio tão perfeito que até o próprio Aras acredita que poderá ser reconduzido ao cargo.

Não só acredita como está em campanha, fazendo coisas inacreditáveis, como o pedido para ter acesso a nomes e dados de identificação de todos os seguidores de Bolsonaro nas redes. Lula vai cozinhar o galo enquanto puder, pois sabe que qualquer nome que escolha, ante a possibilidade de manter Aras, será um alívio e uma decisão acertada aos olhos até dos adversários.

Bem mais complicado será controlar a insatisfação com o ingresso na Esplanada de dois pilares do centrão —o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira, e o Republicanos, braço da Igreja Universal— dispostos a abocanhar vantajosas fatias do bolo. Em troca da governabilidade, o governo cederá espaço para quem apoiou Bolsonaro no primeiro e no segundo turno. Além do abalo à imagem, não deixa de ser uma traição aos eleitores da frente ampla.

Na tentativa de salvaguardar as ministras mulheres, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, chegou a apelar à onda rosa: "O filme da Barbie, que vem sendo criticado por conservadores por conta do feminismo, mostra como a luta pelo protagonismo das mulheres e a ocupação de espaços de poder ainda é longa".

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O Brasil continua batendo recordes. Os estelionatos mais que quadruplicaram em cinco anos e somam 208 golpes por hora. Ou seja: quem não é golpista de um jeito, é de outro.

 

 

 

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