domingo, 25 de agosto de 2024

Eliane Cantanhêde - Fantasmas

O Estado de S. Paulo

Dois fantasmas da era do PT pairam sobre o 3º mandato: fundos de pensão e agências reguladoras

Duas notícias trazem más lembranças dos primeiros governos do PT, uma sobre agências reguladoras, outra sobre os fundos de pensão de empresas e bancos estatais.

São searas reveladoras do jeito petista no poder, com alma intervencionista e disposição ao uso, digamos, heterodoxo, de entidades públicas, numa mistura entre público e privado insistentemente comum no Brasil, em governos de esquerda ou direita.

O pivô do primeiro exemplo, das agências reguladoras, é o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, decisivo para a queda de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras – aliás, outra fonte de más recordações da primeira era petista.

Uma curiosidade: Silveira é do PSD e o demitido Prates, do PT.

A Agência Nacional de Mineração (ANM), ligada ao MME, promoveu uma mudança nas regras de compensação de municípios afetados pela exploração mineral e essa mudança, segundo o Estadão, favoreceu Minas Gerais, Estado do ministro.

Ao mesmo tempo, ele investe contra uma outra agência, a de Energia (Aneel), enviando um documento oficial para exigir rapidez nas questões de interesse do governo e… ameaçar de intervenção.

A impressão é que o ministro, cada vez mais influente, quer mandar na Petrobras, na ANM e na Aneel.

Intervir na agência de energia para o quê? Para ir na mesma toada na ANM, que tirou a compensação de cidades de três Estados, Amapá, Rio Grande do Norte e Tocantins, deixando que 87% das cidades beneficiadas fossem de Minas?

A outra notícia, também do nosso Estadão: os Correios vão morrer em R$ 7,6 bilhões para cobrir metade da dívida que o governo Dilma Rousseff deixou no Postalis, o fundo de pensão dos funcionários, aposentados e pensionistas da estatal, que, aliás, vão pagar a outra metade.

Apesar de os Correios tentarem jogar a culpa em “decisões ruins” no processo de privatização durante o governo Bolsonaro, o prejuízo foi causado por “investimentos ruins” da era Dilma.

Isso tudo cai mal para Lula, que carrega a pecha de estatizante, intervencionista e voluntarioso com empresas públicas e estatais e, por exemplo, quer porque quer mandar no Banco Central, na Petrobras, até na privatizada Eletrobras.

A lembrança de como os governos do PT trataram estatais, agências reguladoras e fundos de pensão dá o que falar. Eles vão, a conta fica.

 

2 comentários:

Mais um amador disse...

Perfeito.

João Vaccari Neto que o diga.

😏😏😏

ADEMAR AMANCIO disse...

Pois é,ruim com ele,pior sem ele;quer dizer,estou esperando surgir coisa melhor.