terça-feira, 22 de outubro de 2024

Poesia | Marcelo Mário de Melo - Coringando

No baralho da amizade 

queria ser o Coringa 

entrando em todos os jogos 

tirando mofo e mandinga 

passando por todos naipes 

num alegre pinga-pinga.


Coringando pela vida 

entre os amigos diletos 

iluminando os caminhos

na ciranda dos afetos

fazendo a roda crescer

pais irmãos filhos e netos.

 

Em mandato de amizade 

encontros de alegria

olho no olho e risada

os temperos da poesia

guloseimas e bebida

na noite e no claro dia. 

 

Queria essa coringagem

sem amarra nem bitola 

com o nariz do palhaço

e o coelho na cartola

ouro pau copa e espada

Coringa passando a bola.

 

No espelho de Narciso 

essa é uma boa imagem.

Dr. Freud me desculpe

mas vou fazer ancoragem 

consciente-inconsciente

bate-bola sem blindagem.

 

Do Coringa da Amizade

vamos vestir o seu manto

pelas esquinas da vida

dissolvendo desencanto

em confraternização

alegria e acalanto.

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