O Estado de S. Paulo
O ministro da Fazenda está perdido.
Perdidaço. Suas últimas entrevistas foram constrangedoras. Suas decisões
mostram incapacidade – falta de recursos para avaliações técnicas e políticas –
e fraqueza. Fernando Haddad não tem convicção. Comunica isolamento. Foi
atropelado.
Anunciou conjunto de medidas – o pacote
original de aumentos no IOF, com implicações em câmbio e crédito – como um
“pequeno ajuste”. Um grupo de iniciativas – para repressão financeira – que
propunha controle de capitais: “pequeno ajuste”. São leitores assim, sob tal
desconexão com o mundo real, que tomam decisões econômicas no Brasil.
A lógica que fundamenta as decisões econômicas deste Dilma III: arrecadar; arrecadar para gastar. Só o crescimento da despesa é seguro. Por criativo que seja o agente arrecadador, em algum momento a engenhosidade se esgotará. Não tardaria até que acionassem o botão do IOF. A regra é clara – a história ensina: apelou para o IOF, girou a chave da agonia. Recorreu ao IOF, declarou o vale-tudo.
(O cronista chama a atenção para a fila de
espera a que cidadãos possam alcançar o direito à aposentadoria-pensão: eram
914 mil os que aguardavam quando Lula assumiu. São quase 2,7 milhões agora.
Dados da própria Previdência Social, que não os divulgava desde dezembro. A
falta de transparência nos autorizando a especular sobre se o governo do povo
estaria represando gastos à custa dos nossos mais velhos e vulneráveis.)
Vem aí a eleição e nós – de novo –
financiaremos a tentativa de reeleição de um presidente. Não há de onde tirar
mais grana. E a rapaziada nunca cortará despesas estruturalmente. Restaria
convocar o IOF para pedalar a conta e rolar o explosivo adiante – dinheiro
extra a nos ser cobrado também para que os haddads finjam cumprir as regras
frouxas do tal arcabouço fiscal que eles mesmos criaram. Pronto.
Um conjunto de ações – mais IOF, em 2025 –
por meio do qual a turma acreditava estar colaborando com o Banco Central.
Conjunto que onera o crédito às empresas, que tributa meios de produção, que
interfere na economia real – e a Fazenda avaliando que ajudaria o BC no combate
à inflação. Delirante.
Um conjunto de ações por meio do qual – falou
o secretário do Tesouro Nacional – a galera imaginava “gerar credibilidade”.
Uau!
E então o recuo. Recuo parcial decidido em reunião sem Haddad. Decisão que seria produto “de diálogo e avaliação técnica”. Os técnicos que optaram por voltar atrás: Rui Costa, Gleisi Hoffmann e Sidônio Palmeira.
O ministro da Fazenda está perdido e
desesperado. Recorrer ao IOF é expressão de desespero. As reações que colhe
sendo menos em função do impacto material do bicho. Se estão lançando a cartada
do IOF já agora, ao que apelarão até a eleição?
Lembre-se de que Simone Tebet declarou que o mundo acabará em 2027, quando explodirá a bomba fiscal que engordam e empurram.
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