O pronunciamento da presidente Dilma sobre a epidemia de zika, em cadeia de rádio e TV, foi alvo de panelaço no Rio, em São Paulo e outras cidades. Ela pediu união contra o mosquito e o vírus. O risco de transmissão sexual do zika está sendo estudado.
Dilma é alvo de novo panelaço ao fazer pronunciamento na TV
• Presidente pede ajuda da população para combater mosquito
- O Globo
- RIO, SÃO PAULO e BRASÍLIA- A presidente Dilma Rousseff foi alvo de um novo panelaço ontem à noite, desta vez enquanto fazia pronunciamento em rede de rádio e TV para alertar a população sobre a necessidade de combate ao Aedes aegypti.
No Rio, o panelaço foi ouvido em bairros da Zona Sul, como Copacabana, Flamengo e Laranjeiras, e em Icaraí, em Niterói. A intensidade foi menor do que em pronunciamentos anteriores e durante programas do PT. Em São Paulo, moradores de diferentes bairros foram às janelas bater panelas. O protesto ganhou mais força por conta de um buzinaço. Motoristas paravam os carros no meio da rua, principalmente em bairros de classe média, para protestar.
Foram registradas manifestações em área nobres da capital paulistana, como os bairros dos Jardins e Higienópolis. Pessoas que passavam por esses bairros disseram que a manifestação repetia, em intensidade, a da época em que a discussão sobre o impeachment ganhava o noticiário.
Também foram registradas manifestações em bairros paulistanos como Moema, Santana, Bela Vista e Sumaré.
Na Savassi, área nobre de Belo Horizonte, e nos bairros Sudoeste, Asa Sul e Asa Norte, na região central de Brasília, também foram registrados protestos, assim como em Florianópolis, Balneário Camboriú e São José, em Santa Catarina.
“Exército de paz e saúde”
Na TV, Dilma pediu aos brasileiros a formação de “um grande exército de paz e de saúde” para combater o mosquito. Ela voltou a afirmar que o governo está colocando “todos os recursos” no enfrentamento ao problema e dirigiu “uma palavra especial de conforto” às mães que tiveram seus filhos acometidos pela malformação congênita:
— Faremos tudo, absolutamente tudo, que estiver ao nosso alcance para protegêlas. Faremos tudo, absolutamente tudo, para apoiar as crianças atingidas pela microcefalia e suas famílias.
O ponto central do pronunciamento foi pedir o engajamento da população. Dilma disse que precisa “da ajuda e da boa vontade de todos” para eliminar a água parada que se transforma em criadouros.
— Se o mosquito não nascer, o vírus zika não tem como viver — disse ela.
Dilma ressaltou o emprego de 220 mil homens das Forças Armadas, que atuarão em campanha de conscientização no próximo dia 13. Citou ainda as visitas que vêm sendo feitas por agentes de saúde e endemias, e prometeu “visitar o máximo possível de casas”.
Em Indaiatuba (SP), de manhã, Dilma já havia falado sobre o combate ao Aedes aegypti durante entrega de apartamentos do Minha Casa Minha Vida.
— Olhem para dentro de suas residências e não deixem acumular água limpa ou suja. É dentro de nossas casas que estão dois terços dos focos. Temos capacidade de acabar com esse mosquito antes que ele comprometa nossas crianças e nossas mães grávidas.
Em Montevidéu, no Uruguai, ministros de 14 países das Américas, entre eles o do Brasil, se reuniram ontem para discutir a epidemia de zika e se comprometeram a “planejar e executar campanhas de educação para o controle do vetor” e “fomentar ações permanentes e colaborativas para a geração de conhecimento” sobre o vírus.
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