Folha de S. Paulo
Se a alternativa for o paciente ficar sem
atendimento, vale profissionais sem título
Sempre defendi e ainda defendo o Mais Médicos,
posição que me valeu algumas broncas em casa (minha mulher é médica). Qualquer
sistema de saúde que se pretenda universal, como o SUS, precisa antes de tudo
ser capaz de colocar profissionais para atender nos mais variados rincões do
país.
Até haveria soluções "de mercado"
para o problema. Se oferecermos salários
cada vez maiores para quem topar ir para as áreas mais remotas, em
algum ponto, nem que seja além dos R$ 100 mil mensais, conseguiremos levar
médicos até para além de onde Judas perdeu as botas. Só que isso seria
proibitivamente caro.
Outra saída mercadista seria aumentar a oferta desses profissionais, ampliando o famoso exército de reserva de mão de obra. O governo Dilma fez isso, permitindo a criação de novos cursos de medicina, mas, até aqui, sem grandes resultados. É claro que, se esse movimento tiver continuidade, em algum momento haverá tantos médicos que eles aceitarão trabalhar em qualquer lugar por salários cada vez menores.
Uma terceira possibilidade é jogar com a
regulação. A primeira versão do Mais Médicos fez isso trazendo
os profissionais cubanos. Embora seus títulos não fossem válidos no Brasil,
eles puderam atuar desde que nas áreas designadas.
Na
nova versão, parte das vagas deverá ser preenchida com médicos estrangeiros
ou brasileiros formados no exterior que não conseguiram validar seus diplomas.
Quando escolhe esse caminho, o governo compra uma enorme briga com as
corporações médicas. Acredito que isso explique em parte a rejeição
da categoria ao PT.
No mérito, penso que tudo é questão de
"setting". Não vejo maiores problemas em permitir que "meios
médicos", isto é, profissionais sem título, ou mesmo enfermeiros e agentes
de saúde, façam diagnósticos, prescrevam antidiarreicos e antimaláricos
nas regiões
mais ermas, especialmente se a alternativa for o paciente ficar sem
atendimento.
3 comentários:
Como diz a Dilmanta, eh só pra apalpar né? Só passar a mão e receitar aspirina, queridão, até eu posso fazer isso viu.
A anta de teta anonima acima é tão retardada que acha que alguém que tem a sua formação feita em outro país e aqui não é aceito devido a peculiaridades para a obtenção de um diploma como o tempo de horas e etc, invalida o conhecimento do sujeito em medicina ao ponto dessa anta achar que isso o transforma a estar apto a função de médico tb. Um diploma sem validade aqui nao significa que o sujeito é incapaz de cumprir com a sua função ou que um leigo passe a saber mais do que alguem que estudou. É tanto idiota nesse mundo que cansa...
Adoro a Dilma.
Postar um comentário