O Globo
Nós, do PSDB, sairemos ainda mais fortes, uma
alternativa real a quem rejeita os extremos
Não dê ouvidos a quem vaticina que o PSDB acabou.
Não se espante quando esses mesmos mensageiros do caos vierem cerrar fileiras
ao nosso lado, nas trincheiras tucanas, no centro do espectro político
brasileiro. O PSDB está se reconstruindo. Não há razão para brigar com os
números, somos mesmo hoje muito menores do que já fomos. Mas os números não
dizem tudo. A política é feita de ciclos e, aos 35 anos de idade, o PSDB está
maduro o suficiente para compreender isso.
— Nós não lutamos para ganhar a eleição seguinte. Lutamos para criar um horizonte de alternativas.
Ditas pelo nosso líder Fernando Henrique
Cardoso, essas não são palavras ao vento. É a verdade escancarada de como nós,
tucanos, pensamos a política e o futuro de nosso país. Também não somos
ingênuos de pensar que a próxima eleição não é importante. A disputa de 2024 —
no cenário atual em que os extremos preferem destruir os adversários em vez de
construir consensos — não será nada fácil para quem só pensa na próxima
eleição. Não é o caso do PSDB. Temos programa, temos ideologia. Sabemos o que
queremos, pensamos aonde vamos chegar e planejamos o que é necessário fazer
pelo caminho. Os tucanos de verdade aqui estão porque entendem que o PSDB é a
luz do centro político brasileiro.
Em 2024, trabalharemos para construir uma
base sólida e sustentável de apoio que vá além de uma única eleição. Para
organizar esse processo, a Executiva Nacional estabeleceu como diretriz buscar
construir candidaturas competitivas nas cidades com mais de 100 mil eleitores e
naquelas que tenham geração de sinal de TV, fundamental para amplificar a
seriedade de nossas propostas.
Trabalhar nessas relações próximas ao poder
municipal é uma das formas de reconectar o partido aos anseios da sociedade
brasileira. Essa tem sido nossa grande missão em 2023. Desde fevereiro, a atual
gestão do PSDB fez uma grande força-tarefa para ouvir líderes tucanos de hoje,
ontem e sempre. Ouvimos militantes comuns, prefeitos, deputados, vereadores e
líderes comunitários. Fizemos uma pesquisa quantitativa com a população
brasileira. Queríamos entender o que precisava ser feito, primeiro, para reconectar
o próprio militante ao PSDB e, depois, o PSDB à sociedade.
Concluímos que o PSDB do futuro só será
construído com o resgate da nossa origem. Não há nada mais moderno na política
brasileira que as propostas que o PSDB apresentou ao Brasil lá em 1985, num
manifesto que começava com uma simbólica frase de Franco Montoro:
— Longe das benesses oficiais, mas perto do
pulsar das ruas, nasce o novo partido.
Trouxemos o tucano de volta, como símbolo
desse resgate histórico, e apresentamos uma carta-síntese com o DNA tucano, que
tem como pilares uma sociedade democrática, fundada no respeito aos direitos
humanos e dos grupos minorizados e na liberdade de expressão; uma economia
sustentável, moderna, competitiva e aberta ao mundo; e um governo ágil,
eficiente e capaz de responder aos anseios dos cidadãos, uma máquina pública
mais leve e enxuta para ser mais forte e presente nas políticas de educação,
saúde e segurança.
Em novembro, o PSDB elegerá seu novo
diretório nacional. Partiremos, então, para 2024, quando apresentaremos à
sociedade as melhores candidatas e os melhores candidatos a prefeitos e
vereadores. Sairemos ainda mais fortes, uma alternativa real a quem rejeita os
extremos e deseja uma sociedade mais próspera, humana, moderna e em paz. O
futuro é o que o PSDB defende desde 1985, olhando para a frente sem perder sua
essência, com o propósito de construir um só Brasil.
*Eduardo Leite é governador do Rio Grande do
Sul e presidente nacional do PSDB, Paulo Abi-Ackel é deputado federal (MG) e
coordenador da comissão eleitoral nacional do PSDB
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